Na última terça-feira (26), o deputado estadual Talles Barreto (PTB) leu na Assembleia o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a relação do grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com o governo estadual e prefeituras goianas. Nesta quinta-feira (28), o parlamentar concedeu entrevista à Rádio 730.

O deputado discordou de quem considerou que a CPI da Assembleia terminou em ‘pizza’. “Eu não vejo que o nosso trabalho foi em vão. Dentro das limitações que tivemos, dentro do poder de fiscalização que tínhamos, acredito que fizemos um bom trabalho,” analisa.

Segundo Talles, o trabalho da CPI foi prejudicado pelo Tribunal de Justiça do Estado, que impediu que os parlamentares investigassem os contratos da Construtora Delta com várias prefeituras goianas. Ele alega que mais de 95% dos contratos da empresa em Goiás eram com municípios e não com o governo estadual.

Os deputados podem apresentar emendas ao relatório até esta sexta-feira (1). O texto final será apresentado na Assembleia no próximo dia 5.

O deputado admitiu que as comissões formadas por parlamentares para investigações, como as CEIs e CPIs, sofrem influência política. “Nós somos políticos. Nós temos partidos, siglas, não adianta fugir disso,” afirma.

Talles rechaça a ideia de que as CPIs sejam instrumentos fadados ao fracasso no Brasil. Ele cita o caso do Mensalão, que foi descoberto devido uma CPI do Congresso, que investigava os Correios.

Eleições
Se o governador Marconi Perillo (PSDB) ainda não quer falar sobre as eleições de 2014, o deputado Talles Barreto não foge do tema. Ele garante que o tucano concorrerá à reeleição e como favorito a ganhar a disputa. O deputado considera Marconi o maior líder político na história do Estado.

Sobre o pleito de Goiânia em 2012, Talles afirmou que a eleição foi fria. Ele negou que a base do governo tenha deixado o candidato de seu partido, Jovair Arantes (PTB), sem apoio. De acordo com o parlamentar, a saída do Senador Demóstenes Torres da disputa, gerou uma disputa atípica na Capital, e que Paulo Garcia venceu porque soube apresentar de uma forma melhor suas propostas.