O chefe de uma das divisões do Federal Reserve (Fed, como é conhecido o Banco Central americano) afirmou nesta quarta-feira (8) que o desemprego nos Estados Unidos poderá ultrapassar a marca de 10% até o final do ano.

A afirmação foi feita por Richard Fischer, executivo-chefe do Federal Reserve de Dallas e integrante da comissão que fixa taxas de juros do Fed, durante um discurso em Tóquio.

Uma taxa de desemprego superior a 10% seria a maior que os Estados Unidos já vivenciou desde 1983.

Em seu mais recente relatório contendo projeções, datado de fevereiro, o Fed estimou que o desemprego oscilará entre 8,5% e 8,8% até o final deste ano.

Em março, o índice de desemprego no país atingiu a marca de 8,5%, o mais elevado desde novembro de 1983.

Um total de 13,2 milhões de pessoas estão desempregadas nos Estados Unidos, segundo dados divulgados na semana passada pelo Departamento do Trabalho americano.

 

“Bagunça”

”A nossa economia enfrenta uma estrada difícil. Nós somos o banco central da maior economia do mundo e nós temos o dever de aplicar todas as ferramentas que podemos para limpar a bagunça de nosso sistema financeiro”, afirmou Fischer.

”Eu acredito que a taxa de desemprego seguirá crescendo até um nível que poderá ultrapassar 10% até o final do ano”, acrescentou.

Em sua última reunião, realizada nos dias 17 e 18 de março, o Comitê de Mercado Aberto do Fed cortou a taxa de juros da economia americana em uma taxa recorde, que oscilou entre 0% e 0,25%.

Os cortes de juros pelo Banco Central americano fazem parte da chamada política de flexibilização quantitativa do órgão, mediante o qual compra dividas do governo de modo a estimular a queda do custo dos empréstimos e dar impulso ao consumo.

As minutas da reunião do Comitê de Mercado Aberto deverão ser divulgadas nesta quarta-feira.

O Federal Reserve de Dallas, comandado por Fischer, é um dos 13 ramos regionais do banco central americano, mas o executivo não integra o Comitê de Mercado Aberto, responsável por estabelecer as políticas econômicas do Fed.