FALLUJA, Iraque (Reuters) – A polícia iraquiana esvaziou a cidade de Falluja nesta quarta-feira, proibindo o trânsito de veículos e pedestres, enquanto procurava o que disse ser um grupo de militantes da Al Qaeda planejando explodir uma bomba.

Escolas foram fechadas, lojas tiveram que abaixar as suas portas e um toque de recolher foi deflagrado logo ao amanhecer, após terem ocorrido explosões visando a polícia na cidade localizada na provincial de Anbar, que já foi a principal região da resistência sunita durante a invasão norte-americana.

O toque de recolher transformou Falluja em uma cidade fantasma. Poucas lojas estavam abertas, pedestres pegos nas ruas foram instruídos pela polícia a irem para as suas casas e os policiais deram tiros para o alto para dispersar aqueles que resistiam ao pedido, disseram testemunhas.

“Estamos investigando alvos. Temos informação de que eles conduziram uma série de explosões”, afirmou à Reuters o coronel da polícia Mahmoud al-Issawi.

“Queremos erradicar esses elementos para evitar futuras explosões e assegurar a segurança e a estabilidade na cidade”, acrescentou.

Na terça-feira, um militante suicida jogou seu carro contra um posto da polícia, matando um policial e ferindo outras nove pessoas na entrada sul de Falluja, localizada 50 quilômetros a oeste de Bagdá.

Dois dias antes, duas bombas que explodiram sucessivamente mataram um major e feriram outros oito policiais no centro da cidade, abalando a relativa calma que estava estabelecida no local.

A violência recente em Falluja é pequena se comparada com uma média de dez bombas por dia que ainda explodem em Bagdá e tiroteios e ataques a bomba praticamente diários por uma ainda ativa insurgência sunita nas províncias de Diyala e Nínive.

Anbar já foi certa vez dominada pela Al Qaeda e outros insurgentes, que combateram forças norte-americanas em alguns dos conflitos mais sangrentos após a invasão de 2003 para derrubar Saddam Hussein. Autoridades estão empenhadas em não deixá-los voltar a agir no local.

As tribos de Anbar se cansaram da versão brutal da lei islâmica praticada pela Al Qaeda e se voltaram contra os militantes em 2006, formando conselhos patrocinados pelos EUA que ajudaram a derrubar a insurgência e levaram a uma queda abrupta na violência.

Mas a polícia afirmou que tinha informações de inteligência sugerindo que os agressores planejavam uma escalada na violência.

“Pessoas de fora que pertencem à Al Qaeda se infiltraram na província de Dyala e em Mosul. Seu objetivo é conduzir atos terroristas dentro da cidade”, disse o tenente-coronel da polícia Abdul-Aziz Saif.

Saif afirmou que uma força especial de polícia em Ramadi, outra grande cidade da província de Anbar, foi a Falluja para reforçar a segurança.