Dois dias após a notícia da morte do jovem Higor Soares, de apenas 16 anos, por conta de um acidente automobilístico, os funcionários do Goiás Esporte Clube ainda lamentam a perda de uma pessoa que tinha muitas qualidades dentro e fora de campo.
“Uma vida que foi ceifada muito precoce, um atleta com um futuro gigante pela frente. Nós estamos todos muito tristes, atletas, comissão técnica e funcionários do Goiás. É uma notícia muito triste e nós rezamos para que Deus tenha misericórdia da família”, disse Osmar Lucindo, coordenador da base do Goiás, ao repórter André Rodrigues.
O meia chegou ao clube com 14 anos e seu primeiro contato foi com o Guará, ex-jogador do próprio Goiás e que foi o treinador de Higor no time sub-15. À Sagres 730, o técnico relembrou a chegada do atleta à equipe esmeraldina.
“O Higor chegou para nós no início de 2018 quando estávamos nos preparando para disputar uma das principais competições da categoria sub-15 no Brasil que é a Copa Votorantim. Tivemos a grata surpresa de receber um atleta da qualidade dele e desde então nos ajudou na conquista que tivemos ao longo do ano, como o Campeonato Goiano e a Copa Goiás, onde ele fez o gol do título. A gente, observando, via que era um jogador diferenciado e merecia alguns cuidados. Graças a Deus tivemos a felicidade de receber um atleta do nível dele”, recordou Guará.
As boas atuações nestas competições fez com que o treinador reconhecesse a qualidade e participasse da transição dele para a categoria sub-17. Quando recebeu a informação do acidente com Higor na manhã do último sábado (11), precisou de um tempo para a ‘ficha cair’.
“Foi uma notícia que eu demorei a acreditar. Quando oficializou o óbito dele eu fiquei muito triste porque, na verdade, a gente não está preparado para nada. Se tratando de um jovem talento, sentimos ali na hora que estávamos perdendo um futuro profissional de qualidade. Eu não tinha dúvida que ele seria mais uma das grandes novidades do Goiás para o mundo”, lamentou Guará.
Promovido para a equipe sub-17, esteve em campo nesta temporada tanto na estreia do Campeonato Brasileiro quanto no Goiano. O potencial de Higor chamou a atenção de Richard, ex-jogador do Goiás, e treinador da categoria.
“O Higor era um jogador muito qualificado, principalmente na parte técnica. Era um meia canhoto, mas que quando precisava também atuava nas beiradas. Um jogador muito disciplinado, a gente percebia o foco dele durante os treinamentos e sobretudo nas partidas. Eu via muita qualidade nele e é um atleta que vai deixar saudades não só dentro de campo, mas também pela pessoa que era. Ele queria ser atleta profissional e vencer na vida como jogador de futebol. Infelizmente o sonho foi interrompido de forma tão trágica”, afirmou Richard.
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Os resultados dentro de campo, além da qualidade, também eram resultados do comprometimento do jovem meio-campista fora das quatro linhas. O comportamento era exemplo para os demais companheiros e enaltecido pelo staff das categorias de base esmeraldina.
“Eu convivi com ele aproximadamente dois anos. Ele era um garoto espetacular, pessoa sensacional e um profissional de muita competência que sempre honrou o Goiás e era comprometido com os compromissos do clube. O grupo de atletas gostava muito dele e o de colaboradores também. O Higor era um pouco introvertido, mas não deixava de ter seu carisma e seu posicionamento. Vai fazer muita falta não só pelo lado profissional, mas pelo pessoal também porque era uma pessoa que aprendemos a gostar”, pontuou João Paulo, supervisor da base do Goiás.