Em entrevista concedida com exclusividade à Rádio 730 na manhã desta quarta-feira (24), o presidente da Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer de Goiânia (Agetul), Alexandre Magalhães, admitiu que foi convidado a participar de esquema fraudulento relacionado às vendas de ingressos do Parque Mutirama e do Zoológico de Goiânia.

Os desvios de dinheiro na arrecadação foram descobertos em decorrência da Operação Multigrana, encabeçada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Goiás (Gaeco). 

Alexandre Magalhães garante que a denúncia que levou à deflagração da Operação partiu da própria Agetul. “Fui olhar os números do que acontecia dentro da Agetul. Na primeira semana nossa a arrecadação foi de aproximadamente R$ 38 mil, e dez dias atrás eu notei que a arrecadação girou em torno de R$ 3 mil reais. Eu vi que tinha algo errado. Com base nisso, nós procuramos o MP-GO e ajudamos através de documentos e passando informações”, explica.

Segundo informações do Gaeco, ficou constatado que desde o início do ano a arrecadação com a venda de ingressos do Parque Mutirama aumentou em 11 vezes. No Zoológico, cerca de R$ 60 mil eram desviados a cada final de semana.

“Fui procurado várias vezes. Tentaram me colocar dentro do esquema. Eu não aceitei, fingi de bobo e fui informando tudo que acontecia para o Ministério Público”, admite o presidente da Agetul.   

Os nomes dos suspeitos de envolvimento nas fraudes permanecem sob sigilo para garantir o bom andamento das investigações. De acordo com o Gaeco, o dinheiro desviado era usado para enriquecer os membros da organização criminosa e também para fins políticos e partidários.

No total, por meio da Operação Multigrana foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária, cinco mandados de condução coercitiva e 12 mandados de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo.