A cada parada, multidões aparecem para vê-los. A cada saída do ônibus, milhares seguem atrás, tiram fotos, acenam. Esse assédio exagerado da torcida brasileira com os jogadores da Seleção pode até passar pro lado do desgaste, do incômodo de cada individuo, mas o capitão do time, Thiago Silva, garante que não. Na verdade, é muito pelo contrário. Um dos candidatos a levantar a taça da Copa revela que a motivação tem sido enorme com todo o carinho recebido.

“Claro que jogar em casa dá uma motivação maior, você passa nas ruas e tem milhares de pessoas gritando, dando tchau, e isso motiva demais. As coisas acontecem e, às vezes, a gente não espera, são situações que acontecem e que mostram o quanto o povo brasileiro é apaixonado por futebol. Nós gostamos de ganhar, claro, não gostamos de perder, mas do outro lado tem um adversário e eles também sonham como a gente, então temos que respeitar sempre”

O adversário da vez são os chilenos, que alimentam um sonho ousado de vencer a Seleção Brasileira neste sábado, às 13h, no Mineirão, e eliminar os donos da casa da Copa do Mundo. Alexis Sanchez, por exemplo, destacou que o Chile está pronto para fazer história e mostrou tranquilidade ao falar que “La Roja” vai chegar às quartas de final. Thiago Silva não viu isso como provocação e mostrou a mesma confiança que o rival.

“Provocação não, ele confia no time dele como eu confio no meu. Se ele não confiar no time dele, quem é que vai confiar? Mas, é só olhar o retrospecto do confronto… Se ele veio aqui pra fazer história, eu estou aqui pra fazer também e desse confronto vai sair um vencedor. No futebol você não pode dizer quem vai ser um vencedor, mas o respeito nosso com eles sempre tem, e se da parte deles não tem, não posso fazer nada”

Thiago, por ser capitão, sabe que o momento mais sonhado para qualquer líder de uma seleção está próximo, a apenas quatro vitórias de distância, e isso aumenta ainda mais a ansiedade. O zagueiro garantiu que é complicado segurar a emoção nessas horas, é inevitável sentir a pulsação que vem das arquibancadas, mas que é preciso um pouco de controle, ainda que não exista uma chave para ligar ou desligar essas sensações.

“Não tem botão que liga e desliga, o pensamento é constante, mesmo quatro meses ou um ano antes, eu tava com o pensamento no PSG e na Copa, é um ano diferente, não tem como desligar. É difícil, complicado, mas temos que controlar essa ansiedade da melhor forma, controlar esse nervosismo. No primeiro jogo, não parecia que eu era o Thiago Silva. Eu me perguntava ‘você esqueceu como joga futebol, porque você tá nervoso assim?’. É inevitável, essa emoção acontece, não é algo forçado”