“Acho que ainda não caiu a ficha do trabalho que está sendo realizado”, disse o técnico Tite após a vitória por 2 a 0 diante o Peru, em partida válida pela 12ª rodada das Eliminatórias do Mundial de 2018. Foi o sexto triunfo consecutivo com o treinador no comando da amarelinha. Sobre a vitoriosa e histórica sequência, Tite revelou que está feliz, mas procura um meio-termo para algumas situações.

“Os 100% de aproveitamento é uma mobilização de todos. Eu digo ao Gareca, pra mim ou para todos os técnicos que converso, que precisamos ter coragem. Ficamos muito exposto: ganha tu é o melhor, perde tu é burro. Precisamos encontrar o meio-termo. Saber que um técnico precisa dividir todas as situações com jogadores, comissão ou diretoria. Eu não esperava ter essa sequência, mas estou muito feliz”, explicou.

Se dependesse do técnico Tite: nos próximos três dias o pontapé inicial da Copa do Mundo da Rússia iria ser dado. A justificativa do treinador brasileiro? A longa pausa que a seleção terá que fazer após vencer o Peru. O próximo compromisso da canarinho será no dia 23 de março contra o Uruguai.

No entanto, isso não significa que o período será de descanso. Pelo contrário, Tite revelou, durante entrevista coletiva, que tanto ele como seu coordenador técnico, Edu Gaspar vão viajar pela Europa para acompanhar atletas como Luiz Gustavo, do Wolfsburg; Elias, do Sporting; além de jogadores que já estão sendo convocados. “Isso tudo para continuar aumentando o conhecimento sobre os atletas”, justificou.

Questionado sobre as dificuldades da sequência positiva, Tite explicou que “Cada jogo, das seis vitórias, teve uma característica diferente. Hoje, nós conseguimos agredir e trabalhar a bola quando furava a primeira linha de marcação do Peru. Em contrapartida, se acontecesse um erro, também tinha a criação e infiltração adversária. Pedi para os jogadores ter o passe próximo. Tive que trocar o lado dos jogadores por conta da marcação, evitando sobrecarregar um jogador”, resumiu.

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A ANÁLISE

“Tenho que agradecer a todos da comissão técnica. Obrigado por aguentarem um cara que é muito chato e que quer saber de tudo a toda hora. Eles tem sido incansáveis na busca por trabalho e informações. Quero parabenizar o grande espetáculo que presenciamos. A torcida aplaudiu com muitos méritos a equipe do Peru. Vinha de uma grande vitória e foi arrojada. No primeiro tempo até agressiva do meio para frente. Só conseguimos nos impor à medida que a aceleração do Peru, que estava forte, começou a cair de forma natural. Ali os espaços começaram a aparecer. Assim como o conjunto e a individualidade em cima desses espaços. Com Neymar em dificuldades, começaram a aparecer o Renato, o Coutinho e o Dani pela direita. O jogo foi muito difícil e estou feliz pelo grau de exigência e pelo nível de enfrentamento.  Fiquei com o sentimento de que ganhamos um grande jogo.  Eu disse aos jogadores que queria jogar bem. Resultado não dá para controlar, mas desempenho, sim”, refletiu.

A VANTAGEM

“Como eles marcavam bem o Coutinho e Neymar, o Gabriel teve que realizar o movimento de facão nas costas dos laterais, mas não direto. Ele faz uma finta para ficar junto da zaga e demais companheiros. Isso foi melhorado no segundo porque o Neymar também passou a ter mais liberdade para flutuar no ataque, Coutinho e ele alternavam no movimento. Isso é pela qualidade, e eu sabia que o ritmo intenso da marcação deles não iria continuar no segundo tempo. Ficou um jogo mais triangulado, onde tiramos vantagem”, explicou.

AS DIFICULDADES

“O início de jogo foi acelerado. A primeira chance de gol quem teve foi o Peru. Depois, no decorrer do jogo conseguimos administrar e igualamos o futebol. Contudo, no segundo tempo fomos superiores. Tivemos um nível de concentração maior. E olha que a torcida jogou com o time, quando eles erraram, na hora os gritos eram de apoio”, relatou.