Qual a melhor forma de apagar os vexames dos últimos tempos? A seleção brasileira de Tite tem a resposta: vencer, vencer e vencer. Com muito trabalho e futebol, o Brasil fez aquilo que dele se esperava venceu mais uma. A vítima da vez foi o Peru. 2 a 0 esse foi o resultado da partida que praticamente selou a vaga dos brasileiros na próxima Copa do Mundo – gols de Gabriel Jesus e Renato Augusto.

Com novo resultado positivo, o time canarinho chegou aos 27 pontos, ainda na liderança das Eliminatórias Sul-Americanas. Mas agora com quatro pontos de diferença do Uruguai, que mantém os 23 pontos após ser derrotado pelo Chile por 3 a 1. O Peru, por sua vez, ocupa o oitavo posto com 14 pontos, cinco a menos que a Argentina, último time do G-5.

Foi o sexto triunfo seguido de Tite desde que assumiu a seleção. Os 100% de aproveitamento, além de tirar o Brasil da sexta colocação, recuperaram o respeito da camisa verde e amarela, alcançando o topo da classificação. De quebra, Tite já entrou para história da canarinho. Pela primeira vez, desde 1969, o time brasileiro venceu seis partidas consecutivas – considerando jogos de Eliminatórias. A geração de Neymar, Gabriel Jesus e Philippe Coutinho, agora divide o recorde com a geração de Pelé, Tostão e Carlos Alberto, que sob comando do ex-técnico Zagallo venceram seis jogos seguidos com a camisa da seleção – a melhor marca da história.

O ano de 2016 acabou para o Brasil de Tite. Agora, só em 2017. Especificamente em março, quando a seleção realiza os duelos da 13ª e 14ª rodada das Eliminatórias para o Mundial de 2018 contra Uruguai (fora) e Paraguai (casa), respectivamente.

A pressão

Brasil e Peru começaram o jogo pressionando, mas de formas distintas. Enquanto os donos da casa priorizaram a pressão na saída de bola dos brasileiros, a seleção canarinho dominava a posse de bola – ao término do primeiro tempo o Brasil liderava por 57% a 43% no quesito. Nas eliminatórias, ninguém tocou mais que os comandados de Tite e foi assim durante todo o primeiro tempo – 83% de passes corretos. Justamente nas jogadas coletivas surgiram as melhores oportunidades do Brasil, no entanto, a pontaria não estava afiada durante a primeira etapa.

Poucas chances

O zero a zero nos primeiros 45 minutos até enganam pelo o que foi o jogo. Ao todo, foram 12 bolas levantadas na área (4 do Peru e 8 do Brasil) o problema é que o último passe, em ambos os lados, pecaram e não foi possível a criação de muitos chutes de perigo. O lance mais perigoso do Peru aconteceu aos sete minutos, quando Carrillo tabelou com Cueva e saiu cara a cara com Alisson. Ele, com toque leve, tirou do arqueiro, mas a bola caprichosamente tocou na trave.

Do lado canarinho, Fernandinho teve a melhor chance de gol. Aos 35 minutos Neymar cobrou escanteio na cabeça de Fernandinho. Contudo, o volante cabeceou mal e a bola bateu no chão passando direto por cima do gol de Gallese.

20 minutos

Foi o tempo que o Brasil precisou para vencer o duelo contra o Peru. Aos 13 minutos do segundo tempo, Gabriel Jesus abriu o placar. O lance começou com Renato Augusto que rolou para Philippe Coutinho, livre, o camisa 11 dominou e chutou, mas foi travado pela defesa peruana. A bola, no entanto, sobrou nos pés de Jesus. O camisa 9 tocou no contrapé de Gallese e inaugurou o placar.

Aos 33 minutos foi a vez de Renato Augusto marcar com tranquilidade. Aproveitando erro dos peruanos, a bola sobrou para Gabriel Jesus na esquerda. O artilheiro canarinho limpou e tocou para o meia que estava aberto na outra ponta. Ele dominou com facilidade e tocou bonito no canto direito do arqueiro peruano.

Controle de jogo

Apenas uma vez o Peru assustou: Filipe Luís errou em uma saída de bola que terminou com chute perigoso de Guerrero. Mas foi só. A seleção de Tite continuou controlando a posse de bola e ditando o ritmo do jogo. Com sistema defensivo sólido e meio campo atento aos passes e na marcação, o Brasil administrou a partida e volta para casa com um pé no Mundial de 2018.

O melhor: Renato Augusto

Ele não é o maior driblador do time, muito menos o principal artilheiro ou líder de assistências, mas o papel de Renato Augusto no atual elenco da seleção brasileira é de crucial importância para um time que administra a posse de bola, troca passes com tranquilidade e facilidade, além de ditar o ritmo de jogo. Foi assim na vitória diante o Peru e cada vez mais o meia vai voltando a jogar seu melhor futebol.

O pior: Paolo Guerrero

Um dos principais goleadores do futebol brasileiro, Guerrero foi mais um atacante que não conseguiu furar a defesa brasileira. Desde que Tite assumiu o comando da canarinho, apenas um gol foi marcado contra o Brasil e ele foi fogo amigo: Marquinhos contra. Antes do jogo, muito foi dito em cima do artilheiro peruano e uma dos pontos citados foi o fato dele nunca ter marcado contra o Brasil, saga que continua já que o principal jogador do Peru não conseguiu sair da sombra de Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e cia.

FICHA TÉCNICA:

12ª rodada: Peru 0x2 Brasil
Data: 16 de novembro de 2016
Horário: 0h15 (de Brasília)
Local: Estádio Nacional de Lima; Lima, PER

Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Auxiliares: Cristian de la Cruz (COL) e John Alexander León (COL)

Gols: Gabriel Jesus, aos 13 minutos do 2T e Renato Augusto, aos 33 minutos do 2T. 

Cartões amarelos: Renato Augusto (BRASIL) | Loyola e Cueva (PERU).

PERU: Gallese, Corzo (Advíncula), Ramos, Rodríguez e Loyola; Yotún, Aquino, Polo (Joel Sánchez), Carrillo (Ruidíaz) e Cueva; Guerrero.  Técnico: Ricardo Gareca.

BRASIL: Alisson Becker; Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Filipe Luís; Fernandinho, Renato Augusto, Paulinho e Philippe Coutinho (Douglas Costa); Neymar e Gabriel Jesus (Willian). Técnico: Tite.