Um grupo de torcedoras do Goiás Esporte Clube organiza o segundo seminário de mulheres Esmeraldinas com o objetivo de discutir temas relacionados à segurança da mulher nos estádios. O evento conta com a participação de palestrantes ligadas a direitos humanos, direito da mulher, movimentos de mulheres no estádio e outros.

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O Seminário terá com a participação de mulheres esmeraldinas que atuam na arquibancada da torcida organizada, outros grupos ligados ao Goiás, torcedoras comuns e ainda a participação de musas e atletas vinculadas ao clube.

Em entrevista à Hora do Esporte, nesta sexta-feira (15), uma das organizadoras, a Janaína Nayume Lopes dos Santos, contou que um dos objetivos é tentar acabar com os conflitos internos entre as mulheres e se entenderem melhor.

“Não é um conflito de inimizade, mas é porque dentro da torcida a gente tem vários grupos representando o Goiás. A torcida organizada, torcida chopp, e outros grupos. Não necessariamente é um conflito de inimizade, mas é para ter mais união, porque acho que nós mulheres somos muito mais fortes juntas do que cada uma em um cantinho”, explicou.

(Janaína Nayume | Foto: Sagres Online

Para a idealizadora do projeto, Larrane Felix, é importante essa união de torcedoras para fortalecer a bancada e a mulher no ambiente masculino. “O primeiro seminário foi pensando para acabar com alguns conflitos que vinham acontecendo entre mulheres na arquibancada, para mostrar a força da mulher e nos conhecermos mesmo, trocarmos essa ideia”.

O 1º Seminário de Mulheres Esmeraldinas aconteceu em 2018. Segundo Larrane, muita coisa mudou, “conseguimos quebrar um pouco esse preconceito que havia com as mulheres da torcida e com isso, hoje tem mais mulheres na arquibancada, mulheres que realmente amam futebol frequentando o estádio”, afirma a torcedora.

A torcedora Erica Rodrigues, que também faz parte do projeto, destaca a proposta do seminário de discutir temas relacionados ao direito da mulher e a presença da mulher nos estádios.

“A presença feminina ainda é muito pequena nesses ambientes, então a nossa proposta, desde 2018, é sempre pelo mesmo objetivo: vamos fazer um seminário para buscar respostas por nossos direitos em relação a assédio, violência, não só a física, mas o preconceito, xingamentos e entre outras coisas desagradáveis”, exemplificou.

(Erica Rodrigues | Foto: Sagres Online)

O objetivo geral do evento é refletir sobre os avanços e retrocessos desde o primeiro seminário até os dias atuais, refletir também sobre o momento pandêmico que vivemos e como tem sido o retorno aos estádios. A pauta do evento conta com abordagens críticas e socioeducativas sobre a presença da mulher nos estádios e no futebol em geral, como tem sido recepcionada pelos homens e quais avanços já foram feitos.

De acordo com Erica Rodrigues, nos últimos anos houve uma evolução quanto ao entendimento e respeito do espaço das mulheres dentro das praças esportivas, principalmente estádios de futebol.

“Considero que houve uma evolução muito grande. Depois do primeiro seminário muita coisa mudou, porque ele foi feito para quebrar com esse preconceito de meninas de torcida e menina do público em geral. Então, houve uma adesão das meninas, muitas foram e passaram a conhecer. Nada melhor do que você ter uma opinião de fora para conhecer esse movimento. Esse agora é uma surpresa, mudamos de local recentemente porque não caberia todas as meninas”, revelou.

Janaína Nayume também concorda com a opinião de Erica Rodrigues. Para ela, melhorou o ambiente para a mulher dentro dos estádios de futebol. “De um tempo pra cá a mulher tem tido mais seu espaço na arquibancada, porque hoje você vê mulher na equipe de bandeira, na bateria. O espaço que a mulher conquistou, está conquistando e vai conquistar mais está totalmente diferente”, analisou.

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