Os funcionários dos Correios decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada após a realização de Assembleias Regionais. As negociações entre funcionários e a empresa começaram no dia 1º de agosto.

Entre as exigências, está o reajuste de 7,16%. Os trabalhadores reivindicam um aumento linear de R$ 400,00, além da reposição das perdas salariais. Os funcionários ainda pedem a confecção de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários.

Na proposta, os trabalhadores pediram segurança armada e portas giratórias nas agências dos Correios que funcionam como banco postal, a defesa de um Correio Público e a redução da jornada de trabalho.

A Diretoria Nacional de Recursos Humanos da empresa informou que 8% dos 116 mil funcionários aderiram ao movimento grevista. Sobre os 30% que deveriam trabalhar para garantir serviços essenciais, o Secretário Geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Goiás, Eliseu Pereira da Silva, destaca ao repórter Samuel Straioto que o efetivo que garantirá atendimento será em nível geral e não específico por unidade.

“No Estado inteiro somos 2.700 funcionários. Os que estão participando do movimento a princípio foram as 263 pessoas que estiveram na Assembleia. Nós entendemos que 30% são de um efetivo como um todo, e não por local de trabalho”, explica.

De acordo com Eliseu Pereira, em Goiânia existem aproximadamente 600 carteiros, sendo que cerca de 200 paralisaram as atividades. O Coordenador Regional de Suporte dos Correios, Ataíde Júnior, relata que medidas estão sendo tomadas para não prejudicar o atendimento ao público.

Segundo ele, a orientação é confiar na direção regional dos Correios, que está adotando todos os mecanismos para fazer um contraponto ao movimento de paralisação.

Há um contingente na regional que gira em torno de 2.500 empregados. Historicamente, a paralisação atinge 10% deste efetivo. As pessoas que estão na área administrativa, e os recursos materiais que estão alocados neste local, no período de greve são todos remanejados para a área operacional.

Outra reclamação da categoria é quanto à aprovação da medida provisória nº 532, aprovada no Congresso Nacional, que estabelece abertura do capital da estatal, transformando-a em sociedade anônima. O Sindicato dos Trabalhadores é contra a medida, porém os funcionários não pretendem discutir a questão momento, somente após a greve. O Coordenador Regional de Suporte dos Correios justifica que a abertura faz parte de uma mudança de comportamento de mercado.

“A medida provisória vai facilitar a inserção dos Correios em atividades que hoje são consideradas relevantes como integrador nacional e como agentes do governo. A atividade postal tende a entrar em declínio mundial em razão das novas mídias apresentadas, e os Correios do Brasil estão acompanhando o modelo que já é executado nos países europeus, que fazem com os Correios atuem em diversas outras frentes”, aponta.

Seis estados ficaram de fora da paralisação: Espirito Santo, Roraima, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pará e Tocantins.