A professora Elaine Santos, pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, disse que a transição energética é a resposta às crises contemporâneas. A docente ouviu a afirmação em várias sessões da Conferência Internacional de Tecnologias das Energias Renováveis (Citer), que ocorreu entre os dias 3 e 5 de junho, no Piauí.

Elaine Santos escreveu o artigo “O “poder dos trópicos” simbolizado pelo sol nordestino: reflexões sobre a transição energética”, que está disponível no site do Jornal da USP. Nele, a pesquisadora conta sua experiência no evento e a percepção do estado nordestino com a pauta da energia no cenário das mudanças climáticas.

“O evento destacou o potencial do hidrogênio verde e culminou na assinatura da Carta do Piauí, enfatizando a importância das energias renováveis no combate às mudanças climáticas, com a intenção de posicionar o estado como líder nesse segmento”, aponta.

Discussão do tema

A Carta do Piauí tem 21 assinaturas dos correalizadores da CITER e reconhece a necessidade de mudanças na pauta climática para a proteção do meio ambiente. O documento pauta-se no desenvolvimento de tecnologias de energias renováveis e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como horizonte na solução dos problemas climáticos.  

Elaine Santos participou de uma mesa que debateu os minerais estratégicos para a indústria das energias renováveis. Portanto, ela destacou que “o tema da energia é, por natureza, interdisciplinar”, elogiando a participação de especialistas, sociedade civil, governos e movimentos sociais.

“No campo da energia, o contraditório e a crítica são sempre bem-vindos por duas razões centrais: a energia é fundamental para a soberania nacional e está intrinsecamente ligada ao nosso modelo de desenvolvimento e consumo”, diz.

Sol nordestino

Entre os momentos marcantes da Citer, a professora destaca frases como “o Brasil é capaz de plantar o alimento mais básico e fabricar aviões para todo o mundo” e “o sol que castiga é o mesmo que gera vida”. Para ela, as pessoas têm uma visão positiva do potencial brasileiro para a geração de energia renovável.

Esse potencial tem destaque no “sol nordestino”,  que confere a estados como o Piauí a capacidade de produzir algo muito bom daquilo que também é um grande problema para a população: a seca. Além disso, essa visão de protagonismo também teve destaque em visões de pesquisadores latino-americanos que, segundo a professora, esperam que o país conduza o bloco.

“A transição energética foi discutida em várias sessões como resposta às crises contemporâneas, focando na necessidade de uma transição energética justa e popular”, diz.

*Com Jornal da USP

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o 07 – Energia limpa e acessível e o ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática.

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