A Guarda Civil Metropolitana (GCM) em parceria com a Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), intensificou a fiscalização nos terminais de ônibus da capital para evitar aglomerações. Mas o que se viu durante as primeiras horas do dia foi o mesmo cenário de sempre: muitos passageiros nos terminais e usuários em pé dentro dos ônibus, contrariando o decreto que determinar que todos viagem sentados.

Confira o vídeo registrado nesta manhã:

A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) publicou neste domingo (7/3) resolução determinando reforço na operação para atendimento de demanda e com atenção às linhas de maior interesse do usuário. Os fiscais da CMTC estão em terminais monitorando a planilha de atendimento e em caso de descumprimento se faz a aplicação de sanções. Segundo a companhia, o transporte está operarando com frota máxima de 1.100 ônibus, incluindo a frota de reserva técnica de 110 ônibus, e frota disponível para alocação como frota extra de 164 ônibus, para atendimento a passageiros de serviços essenciais.

Participaram da ação, 33 viaturas da GCM com 54 agentes escalados na força-tarefa para evitar aglomerações no transporte coletivo, que segue em circulação. Os agentes da GCM estiveram nesta manhã nos terminais Bandeira, Goiânia Viva, Isidoria, Parque Oeste e Recanto do Bosque, que juntos operam 110 linhas. A Polícia Militar, por sua vez, fiscalizou os terminais do Eixo Anhanguera, desde o Terminal Padre Pelágio até o Terminal Novo Mundo.

Índice de isolamento

Apesar da suspensão das atividades não essenciais na capital, observa-se que o fluxo de pessoas nos terminais ainda é grande, o que preocupa o poder público, uma vez que, mesmo com as medidas restritivas e a fiscalização, a taxa de isolamento é considerada baixa em todo o estado de Goiás. Na última semana, o índice chegou a cerca de 32%, passando a 45,7% neste domingo. Ressalta-se que em março de 2020, o índice de isolamento registrado foi superior a 60%.

Na manhã desta segunda (8/3), a capital atingiu 99% de ocupação dos leitos de UTI e de enfermaria. Apesar dos esforços com a abertura de leitos e contratação de profissionais, a nova variante tem avançado em todo o país.

A capital conta com 458 leitos específicos para o tratamento da Covid-19, sendo 254 de UTI e 204 de enfermaria. A partir desta segunda-feira (8/3), novos leitos estarão disponíveis no Hospital das Clínicas. “Contratamos mais 100 leitos, via convênio com Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), e estamos, neste momento, credenciando profissionais para trabalhar nas nossas unidades exclusivamente no tratamento do coronavírus”, sublinhou o prefeito.

Transporte coletivo em atividade

A manutenção do transporte público em atividade foi alvo de intenso debate entre os gestores da Região Metropolitana de Goiânia (RMG) no último sábado (6/3), ocasião em que o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DP-GO) e Procuradoria de Contas junto ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) se posicionaram contrários à paralisação do transporte coletivo.

A continuidade do serviço também foi defendida pelo governador Ronaldo Caiado. Ele ponderou que, “ao paralisar o serviço, vamos impedir o acesso a diversos outros serviços que também são essenciais, como hospitais, farmácias e estabelecimentos de alimentação. Não podemos dificultar a vida das pessoas”. Para o procurador-geral de Justiça de Goiás, Aylton Vechi, é preciso identificar onde as pessoas estão indo para verificar a taxa de isolamento, pois vários estabelecimentos estão trabalhando com meia porta. “Se o decreto estivesse sendo cumprido, o transporte poderia operar em níveis sustentáveis, sem aglomeração”, argumentou.

Fiscalização contínua

Em Goiânia, os supermercados também vão passar por uma fiscalização específica em virtude do não cumprimento do distanciamento social. “Recebi informações de que os supermercados não estão respeitando regras sanitárias e, por isso, já solicitei uma ação rápida para conter esse erro”, disse o prefeito de Goiânia. O novo decreto também determina o fechamento de ferragistas e lojas de materiais de construção, além de bares, restaurantes e distribuidoras, que somente vão oferecer o serviço de delivery.