Com o nome constantemente presente nas páginas esportivas por conta da folclórica corrida atrás do gol de número 1000 de sua carreira, Túlio Maravilha voltou aos holofotes recentemente, mas por conta da carreira que, até o momento, tem tido pouco destaque, a de vereador. Respondendo à matéria publicada pelo jornal O Globo no último fim de semana, Túlio (PMDB) acusou seu ex-chefe de gabinete, Ugton Batista, e ex-servidores de fomentar as denúncias sobre a existência de funcionários fantasmas em seu gabinete.
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Segundo a publicação do jornal carioca Túlio nomeou o goleiro do Morrinhos, Lauro José de Araújo Filho, para sua chefia de gabinete, e também contratou a mãe de jogador, Helena Borges de Araújo. A matéria diz que Lauro e a mãe nunca cumpriram expediente no gabinete do vereador na Câmara Municipal de Goiânia. Na reportagem, ex-funcionários do gabinete de Túlio acusaram-no de ficar com parte de seus salários.
Em entrevista coletiva, durante a sessão ordinária da Câmara de Goiânia, Túlio disse que as acusações foram feitas porque após a última campanha eleitoral, quando foi derrotado na disputa para deputado estadual, ele decidiu demitir todos os funcionários de seu gabinete. O ídolo da torcida do Botafogo-RJ disse que os ex-funcionários ficaram revoltados com a decisão e acusou Ugton Batista de arrecadar um “mensalinho” dos servidores.
“Todos aqueles ex-assessores que foram demitidos estão revoltados, estão denunciando sem prova, sem nada, dizendo que eu pegava dinheiro, pelo contrário. Fiquei sabendo que o ex-chefe de gabinete é que fazia o tal de mensalinho no meu gabinete, subornando os meus funcionários. Eu sabendo disso automaticamente depois da campanha exonerei todo mundo, fiz um limpa”, respondeu Túlio.
“Está tudo tranquilo”
Ao confirmar que exonerou o goleiro Lauro e a mãe do jogador, Túlio se queixou de quem questiona suas nomeações. “Logo em seguida que eu demiti o ex-chefe, contratei ele (Lauro), que é da minha confiança, mas como ele é jogador agora em janeiro ele foi contratado pelo Morrinhos. Automaticamente o exonerei também porque aqui só vai ficar quem realmente se dedique ao meu gabinete”, disse o vereador.
Segundo o atacante do Botafogo-DF, agora está tudo normalizado em seu gabinete, com funcionários recebendo de forma correta, e fez questão de destacar que não precisa de política para viver. “Não vai ser o ex-chefe de gabinete que vai estragar a minha carreira como homem público, como jogador, então para não ter esse desgaste, que é o que ele quer, dá ibope, ser notícia, como eu já estou vacinado, só quero falar de coisas boas”, rebateu Túlio.
Mensalinho existia
O ex-chefe de gabinete de Túlio Maravilha, Ugton Batista, confirmou que existia o mensalinho, mas de acordo com ele, quem arrecadava parte dos salários dos funcionários era o próprio o vereador. Ugton revelou que no início a contribuição era voltadas para o Instituto Túlio Maravilha. “A princípio a arrecadação era feita porque ele alegava que o Instituto Túlio Maravilha precisava, então todos doavam, só que esse dinheiro nunca apareceu no Instituto, eu criei o Instituto e sou presidente”, afirmou o ex-chefe de gabinete, em entrevista à RÁDIO 730.
“É um projeto que nós íamos criar aqui em Senador Canedo uma escolinha de futebol para as crianças carentes. Vocês devem ter ouvido falar isso inúmeras vezes da própria boca dele”, acrescentou. Ugton reforçou que a situação financeira complicada que vive o vereador, o que fez com que Túlio mirasse a remuneração dos funcionários de seu gabinete.
“Chegou ao ponto que o Túlio hoje financiou o salário dele. O salário de um vereador hoje é de R$ 7,1 mil. O PMDB desconta R$ 200 do salário, e sobra pra ele R$ 6,9 mil. Desse salário ele financiou no banco Bradesco e na Caixa Econômica Federal, e hoje restam pra ele R$ 2,5 mil. A pensão alimentícia que ele paga pra ex-mulher dele é de R$ 2,5 mil. O Túlio não tem outra renda, a não ser essa. No Botafogo ele joga hoje gratuitamente, porque ele tem essa ambição de chegar ao gol 1000. Então mediante isso ele começou a ir pra cima dos funcionários”, disse.
Câmara acompanha investigações
O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Iram Saraiva (PMDB), disse que a Casa já está contribuindo com o Ministério Público nas investigações sobre as denúncias contra Túlio Maravilha. Segundo Iram, a Mesa Diretora desconhece a existência de funcionários fantasmas no gabinete do vereador.“Essa é uma matéria transparente, todos sabem que o vereador tem 21 servidores, todos vereadores, e cada um é responsável pelas suas indicações”, afirmou Iram.
“Se existe funcionário fantasma, a Casa desconhece, porque as freqüências são colocadas. A partir do momento que alguma coisa fira o decoro, aí a própria Casa toma as posições. Com relação as denúncias, e os pedidos de documento, a Câmara não pode cercear o direito que os órgãos competentes para as apurações e investigações peçam. À medida que vem pedindo, a presidência vem esclarecendo”, concluiu o presidente da Câmara.