A Universidade Federal de Goiás (UFG) realizou, na quarta-feira (4), o “Jornadas pela prevalência das ideias democráticas e progressistas”, para discutir mecanismos que comuniquem melhor a ciência e a produção da universidade. O evento contou com palestras do sociólogo Marcus Nogueira e da pesquisadora em Comunicação Política Fernanda Sarkis, ambos da Universidade do Porto, em Portugal.
O foco principal das conversas ficou na desinformação, questão contemporânea que afeta da política à saúde, com a baixa cobertura vacinal. “A desinformação é um assunto que povoa nossa comunidade e tem criado uma realidade desafiadora”, apontou Nogueira. Segundo o sociólogo, o “campo antiprogressista” utiliza melhor as redes sociais.
Fernanda Sarkis apontou que a comunicação do “campo antiprogressista” é um sucesso porque conversa com diferentes públicos. A palestrante criticou a “surdez absoluta do lado progressista”, o que, segundo ela, causa a falta de ocupação do mesmo ambiente.
“A desinformação é mais um conteúdo baseado em uma visão de mundo que, nesse caso, não é desinformação, mas uma visão extremamente tradicionalista e que impacta o mundo à sua volta”, afirmou.
Divulgação científica
A especialista em comunicação política, Fernanda Sarkis, disse que é necessário ocupar as redes com conteúdo científico. “Temos poucas reservas de espaço nas redes para a divulgação da ciência. Se não aceitarmos que o papel do cientista é se comunicar, não sairemos do lugar”, afirmou.
Marcus Nogueira também ressaltou a necessidade da divulgação científica nas redes sociais e apontou que “a comunicação precisa traduzir a universidade para o público”.
“É preciso criar uma cultura de estar na rede. Essa cultura de rede exige um debate de regras e normas, mas também articulação dos entes desta universidade nas redes sociais. Quando um reitor compartilha uma informação e outro reitor faz isso coordenadamente, além de seus pró-reitores e demais entes, fazendo base para um projeto de chão de fábrica, a gente começa então a se comunicar”, articulou.
Por fim, o sociólogo argumentou que a rede de universidades é superior “aos atores da direita”, que, portanto, têm menor articulação. Então, assim, bastaria apenas organizar esse trabalho.
*Com informações do Jornal UFG
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