Pessoal, acabei de chegar do estádio do Arruda, o embarque no aeroporto Guararapes em Recife está marcado para as 6h da manhã, mas resolvi vir aqui porque gostaria de descrever aqui neste espaço as minhas impressões e minhas opiniões sobre o jogo do Atlético que acabei de acompanhar ao lado de Ronair Mendes, esta importante vitória rubronegra pela Copa do Brasil, resultado que dá uma certa vantagem no jogo da volta, já que o Santa Cruz vai ter que sair para o jogo, buscar a vitória a todo custo, desde os minutos iniciais. Aí entra em questão, a péssima condição do gramado do Serra Dourada. Chutão e correria deverá ser a marca deste novo encontro entre Dragão e Cobra coral. Mas vamos o que de fato interessa, detalhes, curiosidades e muito aprendizado, coisas que eu tenho levado comigo a cada viagem pelo Brasil…
O público pagante nesta noite foi de mais de 39 mil torcedores. Fiquei pensando, o último título do Santa Cruz foi em 2004, um campeonato pernambucano conquistado a duras penas. De lá para cá amarga três rebaixamentos consecutivos e uma eliminação precoce no ano passado na Série D do Campeonato Brasileiro. De quebra viu Náutico e Sport na Série A, sendo que o último disputou Libertadores em 2009. Com tantos fracassos, como que pode ainda o torcedor lotar o estádio como ontem ou algo ainda mais impressionante: mais de 5 mil torcedores comparecerem ao estádio para ver a troca do gramado, para mim, este é o ápice de um amor que pouco se vê no futebol brasileiro.
Um torcedor animado, joga com o time, faz a pressão e os jogadores do Atlético sentiram o caldeirão fervendo principalmente depois que o time sofreu o gol. A torcida vibrou, torceu, agitou e se calou na noite inspirada do volante Robston. Detalhe espetacular: a bateria da torcida organizada tem maestro. A bateria segue cada movimento de mão. Uma turma muito bem ensaiada. O estádio inteiro canta as músicas, bate palma, grita e se emociona. O futebol para o nordestino é algo completamente diferente, parece que não é um momento de lazer e sim um momento de dedicação como outro qualquer.
O estádio José do Rego Maciel (homenagem ao pai de Marco Maciel, ex-vice presidente do Brasil durante o mandato de FHC) é um quarentão bem conservado. Fizeram um reforma que me parece estrutural no estádio. Mas como eu brinquei com o Toni Rabelo, o estádio não é grande, não é enorme é um mundão mesmo. Uma estrutura imponente e majestosa no meio de uma parte pobre da cidade que vive com canal pluvial (que mais parece um canal esgotal) onde desagua no rio Capibaribe e em seguida no mar. A estrutura lembra a do Serra Dourada, a principal diferença é que ele é mais alto, a altura da arquibancada superior é imponente. O espaço do gramado para a arquibancada é parecido. As cabines de rádio e TV são bem centralizadas. O tratamento a imprensa é muito bom. Algo que nunca vi nos estádios goianos.
Quanto ao jogo tenho que parabenizar aos jogadores do Atlético.
Conseguiram recuperar o placar sem desespero. Sem ansiedade. Um placar justo? De forma nenhuma. O Atlético merecia ter saído com uma vitória mais larga. Perdeu gols demais, principalmente Rodrigo Tiuí e Juninho. Está faltando poder de decisão aos atacantes titulares do Atlético. Eu acho que o Geninho já poderia começar a pensar numa formação com Marcão ou Washington, a fumaça de Tiuí e Juninho está virando desespero ao grupo inteiro que vê o meio campo formar inúmeras chances e elas serem desperdiçadas frente a frente com o goleiro.
Como o zagueiro Gilson melhorou. Está mais inteiro nas jogadas, tem apreveitamento muito bom nas roubadas de bolas e desarmes sem faltas. Ramalho tem aproveitado muito bem as oportunidades e ele não esconde de ninguém que quer MUITO SER campeão goiano. Acho que o meio não pode ficar sem ele. Enquanto isso, o volante Robston foi um verdadeiro artilheiro. No meio da área no primeiro gol e na entrada da área para rematar e virar a partida. Pelo lado do Santa, Brasão não viu a cor da bola, principalmente no segundo tempo. O tricolor pernambucano tem um time muito forte e dedicado. Tem grandes chances de se dar bem na Série D 2010.
Vou deixar algumas fotos para vocês acompanharem um pouco mais deste capítulo importante para o Atlético na Copa do Brasil. A vaga está mais próxima, mas não será fácil. Vou deitar um pouquinho que já já estou pegando o voô de volta para Goiânia. Amanhã, eu comento mais sobre a reunião com Fábio Koff, lesão de Agenor e Tiuí e claro a situação de Robston e Pituca quanto aos julgamentos do TJD-GO.