Se no lado tricolor, o orgulho é o de ser o primeiro time do interior a conquistar um campeonato goiano, entre os alvirrubros, o vice da Taça de Prata de 1981 ainda hoje é motivo de satisfação. 

A rivalidade entre Anápolis e Anapolina vem de longe, os primeiros confrontos aconteceram em 1951. São quase 70 anos de disputas. E após tanto tempo, seria possível imaginar os dois clubes juntos e unidos?

Anápolis de 1979 e Anapolina de 1982 (Fotos: acervo Futebol de Goyaz a suas Histórias)

A ideia de uma aproximação entre os coirmãos foi cogitada pelo presidente do conselho deliberativo do Anápolis, José Paulo Tinazo, em entrevista à equipe Geração do Esporte da Rádio Manchester.

“Eu tenho um pensamento que acho que é corajoso, não só meu mas também do Dedé, do prefeito, conversamos com o Paulo Nelli, eu acho que só há um futuro para nós Anápolis e Anapolina, que é a junção dos dois clubes. Enquanto ficarmos batendo cabeça como “burros teimosos”, não iremos sair do lugar nunca e Anápolis precisa ter um grande clube. Nós temos que ter um clube só e um clube forte, essa é a minha opinião”.

Citado pelo presidente do Conselho Deliberativo do Anápolis, José Paulo Tinazio, o presidente da Anapolina, Paulo Nelli, afirmou que a diretoria da Rubra ainda não discutiu o assunto. 

“Eu e a diretoria da Anapolina ainda não pensamos nesta possibilidade. Eu não acho ruim não. Acho uma ideia interessante e talvez nem voltassem mais. Fechou Anapolina, fechou Anápolis, foi fundado um clube aí vê um nome, as cores e faz um time só. Agora, juntar Anapolina e Anápolis eu acho muito difícil, é a mesma coisa de querer juntar Guarani e Ponte Preta. Até dei uma entrevista dizendo que no meu mandato seria difícil que isso acontecesse, mas de repente sair as duas equipes do campeonato e fundar a partir de 2020 uma única equipe, isso dá pra conversar”.

Antecessor de Paulo Nelli na presidência da Anapolina, Leandro Ribeiro que esteve à frente da Rubra de 2011 há 2017 entende que uma aproximação com o Anápolis deve ser melhor debatida.

“Neste momento, eu ainda não tenho uma opinião formada a respeito deste fato. Temos que repensar o meio e o método de fazer futebol em Anápolis, cidade muito industrializada, empresas que poderiam muito bem fomentar e apoiar o futebol anapolino. Sempre escutamos o argumento de que não conseguem ajudar dois times então nós temos que amadurecer essa ideia”.

A exemplo do ex-presidente da Anapolina Leandro Ribeiro, o atual mandatário do Anápolis, Alberto Henrique, pede diálogo entre as partes.

“É uma coisa que temos que analisar. Temos que sentar, marcar uma reunião. E eu não digo isso para o ano que vem não, é para 2020, quem sabe a gente consiga criar um clube forte para brigar de igual para igual com os times da capital”.

Se a ideia de uma aproximação entre Anápolis e Anapolina é bem aceita pelo presidente executivo do Anápolis, Alberto Henrique, o presidente do Conselho Deliberativo da Anapolina, é enfático. Pedro Canedo é totalmente contra esta possibilidade.

“Volta e meia esse assunto vem à tona. Eu como presidente do Conselho Deliberativo da Anapolina, estando aqui desde 1978, conhecendo os conselheiros, os abnegados, a torcida da Anapolina, eu preciso dizer de uma forma bem taxativa: nunca existirá uma fusão entre os clubes anapolinos. Se depender da Anapolina, essa fusão nunca existirá. Não há no nosso clube na atual diretoria, na diretoria passada e acredito que nas diretorias que virão esta possibilidade. É necessário que exista essa rivalidade. Eu posso assegurar, não existirá essa fusão da Anapolina com qualquer outro clube, especialmente o Anápolis Futebol clube, nosso adversário, com quem temos o prazer de jogar e dividir as torcidas aqui na cidade”.

Os contras e os prós dessa ideia de aproximação entre Anápolis e Anapolina ainda são muitos e dificilmente este assunto será unanimidade. Mas o mais importante dessas e de outras iniciativas é que ela demonstra o desejo de tricolores e alvirrubros de que o futebol na Manchester goiana não pode continuar como está.