(Foto: Creative Commons / Pixabay)

Caros Brasileiros de plantão, diante do cenário que estamos vendo hoje no Brasil, onde as pessoas, ideias e sentimentos estão polarizados, onde vemos de ambas as partes um sentimento de “donos da verdade” e que o outro lado é o horror, é o fim da picada, é retrocesso e blá, blá, blá – posso dizer que “deu ruim”.

Tenho amigos que defendem o candidato A, e tudo que ele representa, e outros que defendem o candidato B, e tudo que ele representa. Até aí tudo bem, somos libertos para, por nossas histórias e valores, nos identificar com um ou com outro, mas isso que estamos vendo será um jeito civilizado de argumentar e defender sua escolha? Vejo pessoas que antes criticavam os políticos, que ao invés de apresentar propostas ficavam gastando seu tempo falando mal de seus opositores e que hoje abraçam campanhas e compartilham conteúdos para difamar aqueles em quem não vão votar.

Será que ao invés de influenciarmos a velha política é ela que esta nos dominando? Será que temos um jeito diferente e mais civilizado de nos envolver politicamente? Quem sabe examinar com cuidado de onde vem o sentimento, antes de manifestá-lo? Se nossa manifestação vai gerar ódio ou esclarecimento e paz? É, pelo jeito chegamos ao fim do poço por nossa omissão, por nosso analfabetismo político, por não querermos nos envolver e deixar as mesmas pessoas tomando conta de nossos interesses. Essa atitude nos levou ao distanciamento completo da política. Por exemplo, faço uma pergunta a quem está lendo este texto: Você se lembra quem é o deputado estadual em quem votou na última eleição?

Se sua resposta for não, você se sente bem com esta constatação? Foi falta de interesse?

Se a resposta for sim, você acompanhou o que ele realizou? Propôs algo para seu mandato? Votaria nele novamente?

Sinto que estamos despertando e aprendendo a separar atitudes de políticos que só pensam neles e em seus interesses, daqueles que se dedicam à verdadeira política. É fundamental compreender a importância para a sociedade de uma ciência cujo termo tem origem no grego politiká – uma derivação de polis, que designa aquilo que é público e que significa a ciência de governar, a arte de harmonizar interesses para o bem comum.

Brasileiros, precisamos nos dispor a participar mais, sair do lugar de vítima e sermos protagonistas da construção da sociedade em que queremos viver.

Costumo dizer que nós, brasileiros, em grande maioria, somos como moradores de um grande prédio, mas não gostamos de participar nem priorizamos as reuniões de condomínio; depois ficamos reclamando das regras, do valor das taxas e do próprio síndico. Quem sabe mudamos de atitude por compreender que é bem mais barato e inteligente participar e auxiliar a construir o que é justo para o bem coletivo?

Quero encontrar disposição em mim para estar mais junto, propondo, cobrando e, enfim, apoiando quem vencer esta eleição – e você?

Façamos nossa parte, que Deus sabe o que faz.

Teremos o Governo que merecermos.