O reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) rebateu nesta quarta-feira (9) um posicionamento do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a insustentabilidade financeira das universidades federais no país.

Na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Guedes apresentou um gráfico que demonstrou as despesas obrigatórias sobre o orçamento da União, que estariam representando um inchaço nas contas.

“No mundo inteiro, a saída das crises passa pela educação, pela ciência e pela tecnologia. A qual inchaço ele se refere? Nós atendemos hoje, todo o sistema público e privado, algo em torno de 20% dos jovens de 18 a 24 anos. O sistema federal representa apenas 15% desses 20%. Então estamos falando de mais ou menos 3% dos jovens de 18 a 24 anos atendidos no sistema federal. Então onde está o inchaço?”, questiona o reitor da UFG.

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Confira a entrevista na íntegra a seguir no STM #284

Na comissão o ministro afirmou que, entre 2015 e 2021, o gasto com pessoal e encargos no Ministério da Educação (MEC) passou de R$ 48,7 bilhões para R$ 77,2 bilhões.

Só em 2021, o corte total no orçamento do MEC foi de R$ 4,5 bilhões este ano. Para Edward Madureira, não há outro meio de sair da crise que não seja o investimento em educação e ciência, principalmente durante a pandemia, em que o país necessita de vacinas para combater a Covid-19.

“Nós estamos lutando por R$ 1 bilhão que foi cortado em relação ao ano passado para esse para 69 universidades, e mais R$ 400 milhões para os 38 institutos federais. São R$ 1,4 bilhão para dar fôlego para chegar no fim do ano. Uma vacina que sair paga isso dezenas e dezenas de vezes porque deixa de importar tecnologia”, avalia.

Produção de vacinas

As primeiras doses de vacina produzidas inteiramente no Brasil só deverão estar disponíveis em outubro. Até lá, o país vai depender de matéria prima-importada. E os atrasos nas entregas prejudicam o cronograma de imunização.

Além disso, o Brasil ainda não tem autonomia na produção dos imunizantes. Os insumos da CoronaVac são importados da China. Os da Oxford/AstraZeneca vêm de diferentes laboratórios do mundo, conforme a disponibilidade.

Na última semana, a Fiocruz assinou contrato a AstraZeneca de transferência de tecnologia. É o primeiro passo para a produção de uma vacina 100% brasileira. O país ainda recebeu o banco de células e vírus para o IFA nacional.

O Instituto Butantan, em São Paulo, ainda aguarda autorização da Anvisa para começar os testes de uma nova vacina da ButanVac. O imunizante será produzido inteiramente no Brasil a partir de ovos de galinha – a mesma tecnologia já usada pelo instituto na fabricação da vacina da gripe.