Goiás recebeu a primeira remessa com vacinas da Pfizer na madrugada desta terça-feira (4). O carregamento com 17.550 doses do imunizante será utilizado em sua totalidade na capital, pois exige uma série de ações, pois a vacina precisa ser mantida em temperaturas baixas, entre -15º e -25º celsius, além da necessidade de diluição e aplicação em temperatura máxima ambiente de 25 graus. A superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, explicou que, em reunião, os Estados chegaram ao consenso de que esse primeiro lote deve ser mantido apenas nas capitas.

“Essa vacina é diferente de todas as demais que já trabalhamos, desde o armazenamento até a sua diluição, porque ela não vem pronta, precisa ser diluída, além da dosagem e a seringa que é utilizada. A gente tem um momento de aprendizado com essa nova vacina”.

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A superintende explicou que a maioria dos municípios localizados no interior já tem capacidade de acondicionar a vacina, com alguns que chegaram a entrar em contato com o Estado para relatar que adquiriram frezers com essa finalidade, mas que neste primeiro momento é importante que ela seja, de fato, mantida em Goiânia. “Ela tem muitos itens específicos que a gente precisa ter cuidado ao utilizar. A medida que a gente for se habituando com essa vacina, nós estaremos ampliando o número de unidades e municípios que estarão utilizando nas próximas remessas”.

Em função, também, do tempo de transporte, haverá testes de caixas que serão utilizadas e a temperatura ideal. É por isso, que mesmo após o início da distribuição para outros municípios, nem todos receberão as doses do imunizante. A próxima remessa está prevista para chegar ao Estado no final de maio.

Confira as principais especificações para aplicação da vacina:

  • Temperatura de acondicionamento – As doses podem ser mantidas entre -15º e -25º celsius por 14 dias;
  • Após ser descongelado, o imunizante dura cinco dias em temperaturas de 2º a 8º celsius;
  • Diluição – A vacina vem como se fosse um concentrado congelado, sendo necessário sua diluição com soro fisiológico;
  • Depois de diluído, o frasco com as doses tem no máximo seis horas para ser totalmente utilizado;
  • Aplicação – A vacina deve ser aplicada em temperatura ambiente máxima de 25º celsius, ou seja, apenas em locais com ar condicionado.
  • Assim como a Oxfor/AstraZeneca, o intervalo entre a primeira e a segunda dose são de 12 semanas.

Dentre os postos de vacinação de Goiânia, por exemplo, boa parte funciona em ambientes ao ar livre, como estacionamentos dos shoppings e do Estádio Serra Dourada, além de algumas escolas. Diante da temperatura média da capital, normalmente acima dos 25º celsius, os locais de aplicação da Pfizer devem ser em salas com aparelhos de ar-condicionado. A superintentente, porém, afirma que a escolha dos postos cabe exclusivamente ao município.

Goiás vai receber doses de acordo com o tamanho do grupo prioritário da vacinação. O próximo previsto no Plano Nacional de Imunização (PNI), de portadores de comorbidades, corresponde a cerca de 616 mil pessoas no Estado. Flúvia deixou claro que não existe um cardápio de vacinas em que a pessoa pode escolher qual prefere tomar. “A melhor vacina é aquela que está disponível no momento, porque todas elas têm segurança e eficácia comprovada, então não tem porque ser uma em detrimento da outra”.