Foto: Instagram/Gastón

Titular absoluto do Vila Nova, Gastón Filgueira tem trabalhado forte também fora de campo: na academia. Explicando melhor: nas aulas de muay thai, modalidade que ganhou a preferência de vários atletas do elenco. Além do uruguaio, Mateus Pasinato, Matheus Kayser, Maguinho, Anderson Luís, Moacir, Alan Mineiro e Reis (são os mais assíduos) também se aventuram no ‘mundo das lutas’.

Em entrevista exclusiva à Rádio Sagres 730, Gastón deu mais detalhes das aulas e contou ter recebido o convite enquanto se recuperava de lesão. “É uma prática que gosto e acompanho bastante. O mestre Alex Chadud abriu as portas da academia dele e se colocou à disposição do Vila Nova, por intermédio de um contato do Renan (Lima, preparador físico do clube, que também participa). Quando machuquei a costela, ele me convidou, ressaltando que, se eu precisasse de algum complemento no processo de recuperação, as portas estavam abertas e, na hora, aceitei”.

Fã do compatriota Gastón Reyno (lutador de mma, atualmente no Bellator), Gastón Filgueira se diverte ao comentar o desempenho na modalidade. “As duplas sempre mudam nos treinos, então o desempenho também sempre alterna. Eu apanho bastante (risos), não é brincadeira. É muita técnica, coordenação motora, é muito bacana”.

O lateral-esquerdo enxerga as aulas na academia como diferenciais para os atletas do Tigre, inclusive na parte mental, e revela que pretende seguir praticando boxe e muay thai. “É um esporte que não é só pancadaria, violência. É muito técnico, tem de pensar muito, o que é muito bacana. Quando dá tempo, tenho uma folga, vou lá para aprender um pouquinho, pois é muito cognitivo, trabalha muito a parte da cabeça e da coordenação, então tem muito a ver com futebol também. É um treino a mais, um complemento, sempre bem-vindo. Não vivemos apenas de futebol todo o tempo, gostamos de fazer outras coisas e o boxe é uma delas. Treina a parte física, ajuda a desestressar também. O grande favorecido é o Vila Nova”.

Importância

Proprietário da Newlevel Muay Thai Academy, o professor Alex Chadud reforça que os trabalhos na academia servem como complementos aos atletas alvirrubros, ressaltando que cada jogador segue um plano individualizado, de acordo com suas particularidades e funções dentro de campo.

“Nossa meta é somar, agregar no condicionamento e recuperação, não criar situações que possam trazer riscos. Fazemos treinos mais específicos quando estão lesionados, para não perder a forma. Buscamos recuperar as lesões, porque, na verdade, o futebol machuca mais que a luta. Você não sabe de onde tá vindo o perigo, enquanto na luta você está de frente ao perigo, ao seu adversário. (Jogadores) Precisam de uma resistência um pouco mais completa que a nossa”.

“Todos têm um trabalho diferente. Os goleiros trabalham mais reflexos, agilidade, da esquerda para direita, com um pouco mais de peso. Eles não podem ficar estacionados no chão, precisam bater e levantar, como gatos. Tentamos dar mais agilidade para o Alan, porque é uma peça-chave ali no meio e precisa ter boa mobilidade, explosão. Depende de cada posição, mas cada um tem um dever de casa, um treino específico”.

Paixão vermelha

Bastante conhecido no mundo das lutas, Alex Chadud treinou diversos atletas de destaque, incluindo campeões do UFC, como José Aldo Júnior. De família colorada, sempre fez questão de levar a bandeira do clube do coração nos combates e hoje realiza um sonho.

“Sou sócio-torcedor. Frequento os jogos desde criança. Morei muitos anos fora do Brasil e quando voltei, já como profissional, tinha o sonho de representar o Vila e treinar uma polícia de alto nível. Hoje, trabalho com o GT3, que é o grupo tático da Polícia Civil. Sempre divulguei o clube nas lutas, houve o interesse deles e deu tudo certo. Enquanto eu morar no Brasil e tiver essa academia, acredito que essa parceria será eterna”.