Encontro de dirigentes do Goiás e da Universidade Salgado Oliveira
Com obrigação dos times da Série A terem equipes de futebol feminino a partir de 2019, o Goiás Esporte Clube fechou nesta semana uma parceria de dois anos com a Universo – Universidade Salgado Oliveira – que nas últimas temporadas mantém um time e tem disputado campeonatos na categoria.
“Tem tudo para ser uma referência no Centro – Oeste e porque não no Brasil. A Universo vai entrar com estrutura física do Campus 2, que fica na rua 90, enquanto o Goiás vai ajudar na parte administrativa. A Universo entra com a comissão técnica e o Goiás com o restante da estrutura necessária”, explicou o professor Willian Mendes, da Universo.
Segundo Willian Mendes, a Universo participa de competições pelo Brasil nos últimos oito anos, porém como o Goiás será a equipe registrada na Federação Goiana de Futebol, o time terá que conquistar nas competições locais, a vaga para disputas nacionais.
“O projeto é pra daqui a dois ou três anos competir com grandes clubes do Brasil. Como o Goiás nunca participou de competições no futebol feminino, vai participar primeiro do Campeonato goiano e depois de competições no Centro – Oeste. Vamos mirar o Brasileiro de 2020, já que o Goiás tem que conquistar a vaga no estadual para o Brasileiro, disputando a Série A2 e depois a Série A no feminino”.
A parceria entre Goiás e Universo se estende às categorias de base. Na divisão das tarefas, o Goiás deve ficar responsável por pagar as jogadoras, enquanto a Universidade oferece bolsas de estudo.
“O Goiás pode ajudar sim. É apenas uma ajuda de custo, como também a Universo pode oferecer bolsa de estudos de até 100% para as meninas da categoria adulta. Também será dado um alicerce para as categorias de base, já que a ideia é fomentar do sub-13 até a categoria adulta”, revelou Willian Mendes, que reforçou a utilização de duas estruturas para o futebol feminino.
“A Universo pode oferecer a clínica – escola, que é aberta para a comunidade. As duas estruturas juntas à disposição do futebol feminino, que hoje é exigência nos grandes clubes”, afirma.
Verdão
O analista de desempenho do time profissional do Goiás Esporte Clube, Luiz José Falcão, o Zuza, está à frente do projeto de futebol feminino do clube. Ele valoriza a parceria com a instituição de ensino, que pode também proporcionar às atletas bolsas de estudo.
“Nós temos o interesse também de ajudar essas meninas em uma formação perante o futebol. Nós temos plena consciência de que nem todas elas vão conseguir atingir uma carreira como atleta profissional. Nosso objetivo é abrir as portas para o mundo do futebol, e a universidade nos proporciona isso com uma maior facilidade”, descreve.
Para este ano, a CBF prevê que todos os clubes da primeira divisão do Brasileirão masculino devam possuir também equipes femininas. Segundo Zuza, por conta da parceria, as atletas do Esmeraldino deverão treinar tanto nas instalações alviverdes quanto nas da Universo.
“É interessante que elas treinem na Serrinha. É importante salientar que o CT é muito difícil que elas utilizem. A estrutura disponibilizada para o feminino vai ser a da Serrinha. É importante o nosso sócio e quem frequenta o clube saber da existência do feminino”, afirma.
Os uniformes da equipe feminina serão os do Goiás e da Universo. Ainda de acordo com Zuza, reforços de peso são uma possibilidade ainda distante no alviverde. A procura, segundo ele, deve começar em Goiás e estados vizinhos.
“Vamos trabalhar os reforços em volta do estado de Goiás. Brasília, por exemplo, tem um time na primeira divisão. Então podemos observar lá. Nosso plano é primeiro fazermos um mapeamento das atletas estaduais e que estão próximos, porque o futebol feminino vive num estado de carência, que tem muita atleta que ainda não foi descoberta justamente por falta de investimento, de calendário. Não podemos permitir um talento sair do nosso estado, da nossa região, para ir para outro clube”, conclui.