O coordenador executivo da Defesa Civil, Anderson Marcos, detalhou à Sagres 730 nesta segunda-feira (11), o impacto causado pela chuva intensa neste sábado (9) em Goiânia. O temporal durou cerca de uma hora, causando estragos na cidade com quedas de árvores, alagamentos, casas danificadas e falta de energia.

“Vale ressaltar que tivemos um fato atípico em relação a essas fortes chuvas. Choveu cerca de 70 mm, até mais em alguns locais, onde se esperava no máximo 35 mm, que seria um estado de alerta. Houve bastante estrago na cidade em relação a essa forte chuva, inclusive queda de árvores, alagamentos, e até algumas casas danificadas”, afirmou Anderson.

O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim, também avaliou o nível da chuva no final de semana em entrevista à Sagres 730. Segundo ele, as chuvas nesse período são típicas de verão. “A combinação de calor e umidade acabou que formou sistemas convectivos, esses sistemas trazem muita chuva em pouco tempo”, disse. “A região de Campinas recebeu em uma hora 72 mm de água. Então é muita chuva em pouco tempo e a cidade não comporta esse voluma em curtíssimo prazo”.

De acordo com o coordenador executivo da Defesa Civil, a previsão era que teria chuvas fortes chegando ao nível de sábado. “A previsão era de mais chuva, só que dissipou. Teve alguns pontos de chuva na cidade, mas sem grandes problemas”, disse. “A previsão para hoje não é grande chuva, seria em torno de 10 mm que é bastante aceitável”, completou.

La Ninã

Segundo o coordenador executivo da Defesa Civil, o Brasil está recebendo uma forte influência do fenômeno La Niña, trazendo a possibilidade de maior estiagem e chuvas mais intensas no período. “Esse período, principalmente na região centro-oeste, vem com estiagem maior, mas com temporais de bastante intensidade de água e com duração menor”, disse.

André Amorim apontou que para os próximos 10 dias há possibilidade de mais chuva. “Hoje começamos o dia com nebulosidade e agora o sol já está abrindo, mas temos umidade, porque tivemos chuva ontem. Para esses próximos 10 dias estamos esperando cerca de 100 a 150 mm de chuva”, afirmou. “As chuvas estão irregulares e a tendência é que continue com chuvas intensas”.

Pontos críticos

Anderson Marcos ressaltou que a Defesa Civil faz um levantamento anual dos pontos de alagamentos na Capital, já as áreas de risco são fixas e monitoradas. “Os pontos de alagamentos, depende da quantidade de chuva daquela região e o levantamento desses pontos são atualizados anualmente”, afirmou. “Já as áreas de risco são aquelas áreas em que são catalogadas pela Defesa Civil, pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que são áreas fixas, com ocorrências anteriores e devido às condições das famílias alojadas ali. Enquanto não tiver a resolução do problema, elas continuam sendo consideradas áreas de risco”, afirmou.