O vereador Iram Saraiva (PMDB) apresentou requerimento em Plenário sugerindo uma antecipação de recesso na Câmara Municipal de Goiânia para que os parlamentares possam assistir aos jogos da Copa do Mundo. Hoje (14), ao vivo, entrevistado durante o Jornal 730, ele Justificou a reivindicação e avisou que não pretende retirar o pedido, mesmo que possa “pegar mal”.

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BRASIL DEVE PARAR PARA A COPA? COMENTE

No quadro Opinião Livre, Iram Saraiva respondeu aos comentaristas Altair Tavares, Marcelo Heleno e Eduardo Horácio que, se aprovada, a antecipação do recesso – previsto para julho -, não valeria apenas para partidas disputadas pelo Brasil.

“São todos! É um problema meu. Gosto de assistir e acho que todos gostam. É o mês da Copa. São só aqueles dias”, disse o vereador, considerando que a competição começa no dia 12 de junho. A Câmara só pode entrar em recesso após a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. E ele acredita que podem fazer isso até o dia 11.

A reivindicação tem como fundamento o disposto no Art. 217 da Constituição Federal, que diz ser função do Estado o fomento de práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um. Para Iram, a proposta está sendo feita por um vereador que não precisa, que não falta às reuniões. E ele defende a própria ideia.

“Assumi o compromisso. Não vou retirar. Vai ficar para verem que não tem hipocrisia da minha parte. O pessoal não trabalha, não vai nessa hora… É um direito de a pessoa participar, torcer… Enfim, nesse sentido. O que não queremos é que haja um prejuízo no processo administrativo”, justificou o vereador do PMDB.

PEGA MAL?

Ainda de acordo com o vereador, o requerimento foi feito para que os vereadores, no período da Copa, não sejam cobrados, porque, supostamente, estariam com o trabalho já adiantado. Questionado por Altair Tavares, Iram Saraiva disse saber que a sugestão feita por ele causaria discussão, mas aprova o diálogo.

“Não me interessa se vai pegar bem ou não. Eu coloquei para que haja a necessidade de se organizar a pauta. Não estou jogando para a plateia. Não estou buscando tento político para isso”, apontou Iram, ainda na entrevista.

CULTURA NACIONAL

Outra justificativa do vereador para que a Câmara cesse antes do tempo previsto fica por conta do que, segundo ele, “sempre aconteceu na história desse pais”. Para Iram, um chamado ‘recesso branco’, é normal em tempos de Copa. Indagado, ele admitiu duas colocações: a 1ª é que é assíduo e sempre vai a todas as sessões; e a 2ª, é que vai assistir a todas as partidas e fará o possível para que isso não atrapalhe o trabalho.

“Nesses horários eu vou parar. Não vou estar. Vou assistir. Não sou hipócrita. E eu queria que todos fossem atendidos. Inclusive o trabalhador. Acho que a Prefeitura tinha que fazer o mesmo”, opinou Iram.

ESCORREGÃO

Insistindo na questão de que não precisaria apresentar pedidos como o que está em questão, pois não falta as pautas, o vereador lembrou que os políticos não estão sujeitos a bater ponto, portanto, de qualquer forma não seriam prejudicados.

“Quem bate ponto é o vil mortal, né? Esse comum, aí, que sofre, que anda de ônibus”, apontou.

BRASIL PARADO

Antes de concluir a entrevista, Iram Saraiva, foi questionado se acha que o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, também deveria autorizar a paralisação dos funcionários públicos do município. Rapidamente, ele respondeu que sim.

“Não só acho como apoio! Acho que o Brasil inteiro. Nós torcemos, lutamos por isso. Temos períodos, por exemplo, que o feriado que caia na segunda-feira é antecipado para a sexta. Isso é normal. O que não podemos é alterar a Lei”, lembrou Iram Saraiva.

IRAM SARAIVA

A cidade de Goiânia elegeu Iram Saraiva em 2008 como vereador. Na oportunidade, ele foi o 4º mais votado, com 8.380.