A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal de Goiânia, vereadora Sabrina Garcêz, defendeu à Sagres 730 nesta quarta-feira (17) a flexibilização das atividades econômicas na Capital após a apresentação de um decreto legislativo para reabertura do comércio na capital. De acordo com vereadora, há uma ausência de posicionamento da Prefeitura de Goiânia e por isso a Casa resolveu atuar com a proposta.

Contudo, nesta terça-feira (16), a rede municipal de saúde de Goiânia estava com as 58 vagas de UTI’s, disponibilizadas para atender pacientes com covid-19, ocupadas. Além disso, a capital registrou 3.939 casos confirmados para o novo coronavírus e 99 óbitos de pacientes residentes do município. Questionada sobre a retomada das atividades econômicas neste momento, a vereadora criticou a quantidade de leitos disponíveis para covid. “Incompetência de gestão da Prefeitura”.

“A recomendação da OMS para quem abriu as atividades econômicas que é aumentar os leitos de UTI. Não dá para mais uma vez, na incompetência de gestão da Prefeitura, jogar essa responsabilidade para o cidadão que tem contribuído com o isolamento social, que está a 90 dias com suas portas fechadas, a Prefeitura não fez nenhuma flexibilização de imposto, não prorrogou nenhum alvará, e contratou apenas 40 leitos [na realidade há 58 leitos em Goiânia]. Tanto é pela incompetência da Prefeitura que está a 90 dias recebendo verbas especificas para combate a covid-19 que agora vai ter que contratar com a iniciativa privada”.

Sabrina Garcêz afirmou que o aumento de casos do novo coronavírus preocupa parlamentares da Câmara Municipal de Goiânia, mas justificou que a proposta não é uma abertura irrestrita, ou seja, os estabelecimentos deverão seguir regras rígidas de prevenção ao covid-19, sob pena de multa em caso de descumprimento. Outro ponto é a taxa de isolamento social, para ela algo que não existe mais. “Outro dado que nos preocupa, 35% de taxa de isolamento social, não existe mais isolamento na cidade de Goiânia”, disse. “Essa Prefeitura tem que se manifestar, tem que apresentar alternativas, foram 90 dias que eles não se manifestaram, se estamos em uma situação com essa é porque não temos um chefe do Poder Executivo que não assumiu a responsabilidade que deveria ter assumido”.

O líder do prefeito na Câmara Municipal de Goiânia, vereador Welington Peixoto, rebateu a crítica da vereadora Sabrina Garcêz, em entrevista à Sagres 730 nesta quarta-feira (17). Para ele, é injusto a crítica sobre a atuação da Secretaria Municipal de Saúde, “A secretária está fazendo seu trabalho corretamente e com responsabilidade, o prefeito da mesma forma. Já são 50 leitos na Maternidade Oeste, já vai para mais 30 leitos e assim está montando”, disse. “A prefeitura está fazendo seu trabalho com responsabilidade, não adianta fazer compras aleatórias de equipamentos superfaturados e má qualidade”.

Ele justificou a demora na aquisição de equipamentos e montagem de leitos para atender pacientes com covid-19. “O que está acontecendo, infelizmente, é que muitos empresários estão explorando na hora de vender os equipamentos, comprou e não entregou, os EPI’s foram entregues de má qualidade e a Prefeitura cancelou o contrato, então está tendo essa demora devido a exploração de alguns empresários”.