Foto: Reprodução/Câmara de Goiânia

Goiânia tem, pelo menos, sete locais com desvios no trânsito devido à obras de infraestrutura realizadas pela Prefeitura. Ruas e avenidas da capital estão recebendo um fluxo extra de veículos por conta de motoristas que fogem dos desvios. Em entrevista à Rádio Sagres a pós-doutora em mobilidade urbana, a arquiteta Erika Kneib afirmou que é preciso traçar uma estrategia antes de dar inicio às obras.

“Primeiramente é preciso pensar na questão das obras de maneira estratégica e saber se são realmente necessárias para Goiânia.É importante também compreender se os benefícios que as obras vão trazer se estendem a médio e longo prazo. Nós sabemos que as intervenções viárias trazem benefícios em curto prazo, pois a melhoria de fluidez é imediata, mas com o tempo o transito vai voltar a congestionar?” questionou a especialista.

Uma das obras que causa transtornos é a construção do Complexo Viário da Av. Deputado Jamel Cecílio, que foi orçada em mais de R$ 26 milhões. A previsão é que a construção esteja concluída em 15 meses, a partir do inicio, mas o prefeito de Goânia disse que espera entregar em até 12 meses. Segundo a Secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMT), seis desvios foram instalados na região.

De acordo com a arquiteta, não se faz viadutos no Século XXI e as cidades com boa mobilidade já aboliram essa prática dos seus projetos. “Vias urbanas com muito movimento não são tratadas pelas cidades com essa solução de viadutos trincheira em desnível, isso prejudica o espaço urbano, prejudica os comerciantes da região e a paisagem urbana. Aqui em Goiânia ainda se tem isso como solução, mas eu afirmo que é uma solução ultrapassada e que não é mais estilizada nas cidades” ressaltou Erika Kneib.

A especialista explicou que é necessário investir na solução de mobilidade, e quando o poder público trás uma série de viadutos e ampliações de espaços viários, a população tem o recado contrario “A gente sabe que o transporte público tem condição em transportar mais pessoas em menor espaço, então devemos priorizá-lo, devemos priorizar também os pedestres e os ciclistas e racionalizar ou desencorajar o uso dos carros” afirmou.

Ouça a entrevista na íntegra:

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