A violência contra a mulher, infelizmente, é uma realidade no Brasil e, com o isolamento social, elas enfrentam dificuldades em denunciar os agressores. Diante desse cenário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) lançaram no dia 10 de junho, a campanha Sinal Vermelho para a Violência Doméstica. Em entrevista ao programa Tom Maior da SagresTV, a conselheira do CNJ, Maria Cristina Ziouva, orienta as mulheres que sofrem com violência, e destaca a importância da campanha.

“A finalidade foi atender aquela mulher que está em casa presa, muitas vezes em situação de cárcere privado, ela não tem um celular para fazer a denúncia digital, porque o celular é a primeira coisa que o agressor toma dela, ela está basicamente sozinha”, afirma a conselheira do CNJ.

“Logo que começou a pandemia, nós percebemos um aumento muito grande no número de feminicídios”, relata Maria Cristina. Em março e abril deste ano, o índice de feminicídios cresceu 22,2%, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No Acre, o aumento foi de 300%. Em São Paulo, nota técnica divulgada pelo Ministério Público do estado revelou alta de 51% de prisões em flagrante relativos a atos de violência contra a mulher. Houve crescimento de 30% no número de pedidos de medidas protetivas de urgência e, na comparação com o ano passado, o dobro de assassinatos de vítimas do sexo feminino.

A campanha que prioriza a denúncia silenciosa para ajudar justamente mulheres presas em casa e que não têm como pedir socorro. “Logo no início tivemos um isolamento mais acirrado, mas ainda podíamos sair de casa para ir até a farmácia ou supermercado. Então, aí nós pensamos dela ir até a farmácia e, discretamente fazer um “x” vermelho com batom para mostrar ao atendente”, orienta.

Por fim, foi pensado no batom como ferramenta de escrita, justamente, por ser algo que todas as mulheres possuem. “Pensamos no batom, porque é algo que todas nós usamos, e ele pode ser facilmente apagado, então ela estaria protegida. Basta mostrar a mão com o “x” vermelho para o atendente ou farmacêutico, que eles já sabem o que fazer”, declara.

Assista à entrevista na íntegra no Tom Maior #63