O volante Wendell, jogador que esteve no Vila Nova em 2010 e 2011, denuncia que o clube forjou sua assinatura em documento apresentado em processo movido por ele na Justiça Trabalhista. De acordo com o jogador, na primeira audiência do processo, realizada em fevereiro de 2012, em Goiânia, o Vila apresentou dois recibos com a sua assinatura, mas eles seriam falsos.
O jogador comunicou o fato ao advogado e a juíza do processo pediu para que os representantes do Vila provassem que os recibos eram verdadeiros, mas o clube os retirou do processo.
“Falei para o advogado, que na segunda audiência pediu o exame grafotécnico. Mas, a juíza já sabia que o documento era muito suspeito e ela queria que eles trouxessem algo que comprovava aquele recibo. Ela deu cinco dias, como eles não tinham como colocar nada dentro do processo, eles retiraram o documento. Quando se retira o documento há uma confissão de irregularidade e automaticamente é penalizado em dois artigos dentro da ação trabalhista”, explicou o jogador.
Wendell revelou que o clube deve quatro meses de salário de 2011, referentes ao período em que ele estava lesionado. O jogador comentou que procurou Geso de Oliveira, presidente do clube na época, para entrar em acordo, mas não houve conversa. Wendell acredita que a decisão de não pagá-lo partiu de Sizenando Ferro.
“Eles não quiseram me pagar de jeito nenhum”, destacou o atleta.“Pelo que me passaram, quem tomou a decisão de não me pagar foi o Sizenando, não sei o porquê. Já a falsificação não tem nada a ver com ele, foi tudo este ano”, completou. O Vila devia cerca de R$ 80 mil ao jogador, a sentença final do processo será realizada no dia 20 de junho.
O jogador garantiu que os recibos apresentados pelo clube são falsos, ele acredita que esta ação partiu da diretoria deste ano. “Eles pediram para alguém assinar, é letra de mulher, pedi para um perito olhar”, comentou.
Defesa
O advogado Rodolfo Mota responsável pelo departamento jurídico do Vila explicou que os documentos dos processos da Justiça Trabalhista são digitalizados, quando há questionamentos quanto a autenticidade dos documentos os juiz requer a apresentação dos originais, para que eles sejam submetidos a uma perícia e foi o que aconteceu com o Vila.
“O que houve na audiência é que começou uma incidente de falsidade. O jogador disse que a assinatura dele e a juíza solicitou que os originais fossem apresentados para realizar o exame grafotécnico. O que se presume é que o Vila não tenha alcançado o original pra apresentar para a perícia”, explicou.
O advogado comentou que a denuncia do jogador é grave e que a ordem do atual presidente, Marcos Martinez, é investigar o fato. “Vamos investigar se existe os originais, se houve saída do cofre para pagamento, se a assinatura é do jogador, realizar a pericia. Se não for, investigar quem adulterou o documento e qual era o fim”, ressaltou. “Independente do motivo, a verdade vai vir à tona e nós vamos alcançar os responsáveis, se existem responsáveis ou se na verdade os documentos são idôneos, são verdadeiros”, completou.
Confira as entrevistas:
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Rodolfo Mota – advogado: {mp3}stories/audio/esporte/2012/maio/advogado-rodolfo-mota{/mp3}
