Sagres em OFF
Rubens Salomão

Visita de Geraldo Alckmin a Goiânia expõe racha e troca de ataques no PSDB em Goiás

Parte das lideranças do PSDB em Goiás anunciaram ontem, durante o cumprimento de agenda do candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), em Goiânia, apoio ao ex-presidente Lula (PT) à presidência da República. O grupo faz referência aos tucanos que buscaram candidatura própria do PSDB na corrida presidencial com o nome do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que foi derrotado nas prévias da sigla pelo ex-governador de São Paulo, João Doria, que depois desistiu da disputa.

O movimento lulista no PSDB é coordenado pelo ex-deputado federal Giuseppe Vecci, que faz parte da executiva nacional do partido, no cargo de tesoureiro-adjunto, e presidiu a legenda em Goiás até o fim de 2018. Além dele, o ex-governador e José Eliton (ex-PSDB), hoje no PSB, auxiliou na costura pelo acordo. Alckmin esteve em Goiânia para reuniões com lideranças políticas e candidatos de esquerda, além de representantes do setor produtivo.

Rachado, o PSDB em Goiás segue com presidência do ex-governador Marconi Perillo e rebateu, por nota da assessoria, a postagem de André Janones (Avante) sobre suposto apoio oficial da sigla ao ex-presidente Lula. “Não vemos motivo para mudarmos de posição nessa reta final de campanha, porque uma candidatura que fuja dessa polarização política no País é uma necessidade para arejar o ambiente democrático. Em um eventual segundo turno, diante do cenário que restar, aí sim analisaremos o posicionamento do nosso partido”, aponta nota oficial do partido.

Motivos

“Esse apoio reflete a importância do momento político brasileiro. É a eleição mais complexa dos últimos anos”, disse Vecci ao Poder360. Já José Eliton confirmou que o grupo de Marconi Perillo não aderiu ao movimento.

Separados

“Marconi é outra coisa. Ele assumiu o partido e está focado nas eleições dele”, disse o ex-governador. O PSDB municipal de Goiânia, presidido pela vereadora Aava Santiago, também confirmou apoio a Lula e Alckmin.

Perfil

Evangélica, Aava discursou no evento político de Alckmin e rebateu a fala de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) de que Lula iria fechar igrejas no país e perseguir evangélicos. “Lula e Dilma nunca fecharam uma igreja. Mais do que isso: eles defenderam que cada um possa ter a sua fé”, disse.

Outro lado

No sentido oposto da polarização nacional, o presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou apoiadores a organizarem motociatas pelo País no dia 1º de outubro, véspera do primeiro turno das eleições. O entorno do candidato tem tentado afastar o “clima de derrota” na militância, diante da estagnação do quadro nas pesquisas, com manutenção da frente de Lula sobre o presidente.

Utilidade

A campanha bolsonarista aposta que grandes atos mostrarão “força política”, como os atos de 7 de setembro, no Bicentenário da Independência, e impediriam aumento do “voto útil” para Lula. A menos de duas semanas do primeiro turno, a campanha petista trabalha para vitória já no dia 2 de outubro.

Pegou mal

O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Lissauer Vieira (PSD), alegou que o funcionamento da casa legislativa continua de segundas às sextas-feiras, com abertura de todo o setor administrativo e gabinetes parlamentares, independente da proximidade das eleições do dia 2 de outubro. A exceção é quanto às sessões ordinárias, suspensas de 20 de setembro a 10 de outubro.

Explicações

É que não teve boa repercussão a decisão dos deputados de simplesmente não trabalhares em plenário por conta da proximidade da eleição. Lissauer disse que as matérias mais importantes da pauta foram votadas e a suspensão foi definida com as bancadas. Segundo ele, que caso seja necessário, os trabalhos podem ser convocados.

Tranquilidade

“Não temos nada de urgência para ser votado e, se chegar alguma matéria de urgência ou estiver tramitando alguma outra, que precisa ser votada, a gente convoca rapidamente as sessões e tenho certeza que os deputados acatarão a nossa convocação. Então, por enquanto, estamos com a pauta bastante tranquila e não temos necessidade de votações nessa reta final do período eleitoral”, afirma.

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