Com cerca de uma tonelada de resíduos sólidos chegando às suas águas diariamente, segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad), o Rio Meia Ponte agoniza com o lixo, principalmente no período chuvoso.

Preocupado com essa realidade, o professor e ambientalista Márcio Manoel Ferreira idealizou e projetou uma ecobarreira. O objetivo é remover todos os resíduos flutuantes e doar 100% do que foi recolhido para cooperativas.

“No projeto eu coloquei que precisamos de 50 galões de 50 litros. O Batalhão Ambiental da PM nos deu a rede de pesca, e nós fechamos esses 50 galões”, afirma.

Voluntários instalam primeira ecobarreira no Meia Ponte (Foto: Márcio Manoel Ferreira/Arquivo Pessoal)

A ecobarreira instalada no Setor Jardim Novo Mundo tem cerca de 40 metros de extensão. A instalação da estrutura contou com voluntários da Voluntariis Eco, chefiada pelo professor, e da E-ALCAT. Márcio Ferreira conta que tomou a iniciativa depois de conviver e acompanhar a degradação do manancial desde a juventude.

“Moro a menos de dois quilômetros do ponto onde instalamos a ecobarreira. Quando eu era menino, pescava no Meia Ponte. O Meia Ponte faz parte da minha adolescência, da minha juventude. Ao longo desse tempo, comecei a ficar indignado com a maneira com que o Meia Ponte era tratado por governos do Município, do Estado e pela população também, porque infelizmente as pessoas acham que os grandes culpados são os governos estadual e municipal e elas acabam não fazendo a sua parte”

Com mais de 472 quilômetros de extensão, o Meia Ponte nasce em Itauçu, a cerca de 1 mil metros de altitude, e deságua no Rio Paranaíba, na divisa com o estado de Minas Gerais. De acordo com o professor Márcio Ferreira, outras ecobarreiras deverão ser instaladas. “A tendência é que façamos isso ao longo dos 89 afluentes do Meia Ponte a partir de Goiânia”, conclui.

À direita, o professor Márcio Manoel Ferreira no STM #122 (Foto: Sagres TV)

Assista à entrevista no Sagres em Tom Maior #122 a seguir