Se você achava que o termo “inovação” seria para sempre a fronteira final para tudo o que surge de novo e revolucionário ao seu redor, está enganado. Ficou confuso? Em entrevista exclusiva à Rádio 730 nesta quinta-feira (31), no Cidadania em Destaque, o jornalista Julio Damasceno, explica.
“A inovação é fazer melhor aquilo que já é feito, é um contínuo de pequenas melhorias. As pessoas normalmente pensas que inovação deve sempre ser algo genial, totalmente revolucionário, e não é o caso. A maioria das inovações são pequenas mudanças feitas em uma sucessão tal que levam a uma modificação a longo prazo”, reflete.
Damasceno afirma que o pensamento disruptivo vem para mudar esta ideia. Segundo ele, as tecnologias de imagem e som podem ilustrar bem o que significa este termo que vem ganhando espaço no empreendedorismo atual.
“A disrupção é uma inovação mais intensa, como se fosse uma inovação muito surpreendente, porque muda o modelo de negócio. Um exemplo é o da fotografia: a de filme e a digital. Antigamente, para tirar foto era preciso comprar um filme, um cartucho, e este tinha que ser o modelo exato da máquina em questão, senão não encaixaria. Havia um limite de fotos. De repente, surge a fotografia digital, que muda completamente esta história. Não é preciso comprar filme, nem fazer revelação nem limite para número de fotos”, afirma.
O mesmo fenômeno pode ser observado na música. Com o surgimento de lojas virtuais, os discos foram se tornando cada vez mais obsoletos, peças de decoração, raridades.
“Havia a bolacha de vinil, o long play, depois o CD, o DVD, em formato físico, até que foi lançada a loja virtual de música. Mudou completamente a história da música, nunca mais a experiência de comprar música foi a mesma. Antes, se gostava de uma única música, era preciso comprar o disco inteiro, e agora compra-se as músicas por centavos. É possível montar uma playlist”, argumenta.
Um passo à frente
Além de jornalista, Julio Damasceno é pós-graduado em administração de recursos humanos, MBA em marketing e mestre em engenharia de produção.
Segundo ele, o marketing disruptivo procura mostrar aos clientes as oportunidades do mercado que eles ainda não perceberam, e que podem ser aproveitadas.
“É fazer com que ele dê um passo à frente da concorrência muito significativo e substancial. Um exemplo é o Uber e os táxis. O taxista nunca imaginou que um dia os seus clientes virariam seus concorrentes. Outro exemplo é o Airbnb, que é a locação de residências para turismo, ou seja, os hotéis estão na mesma situação”, analisa.
A subversão de ideias também segue no ramo da comunicação. Um exemplo são os youtubers, donos de canais na internet não com milhares, mas com milhões de seguidores. De acordo com Julio Damasceno, um diferencial pode explicar essa imensidão de gente interessada em um único assunto: chama-se talento. “Quando se desconsidera o capital e o poder midiático, e fica só no talento, o talento ainda faz diferença, e muita. Tem espaço para o talento”, avalia.
Quer saber mais? Ouça a entrevista na íntegra
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