Gritos, aplausos, indignação e cartazes de servidores públicos marcaram a segunda votação do programa de Austeridade do estado de Goiás, em sessão extraordinária na Assembleia Legislativa.

O pacote, composto por quatro projetos, foi enviado pelo governo estadual com o objetivo de cortar gastos e buscar medidas de reajustes. Um dos itens aprovados foi o aumento da contribuição previdenciária dos servidores de 13,25% para 14,25%. Além disso, a criação do fundo de estabilização fiscal para reduzir a 10% os incentivos fiscais durante dois anos.

O deputado estadual José Nelto (PMDB) atribuiu possíveis modificações nas medidas a força da oposição. “O governo federal vai fazer a renegociação da dívida dos estados sem a contrapartida dos governadores. Aqui em Goiás o governador continua com toda a força política no parlamento aprovando o aumento da previdência dos servidores.”

Assim como José Nelto, a deputada Isaura Lemos (PC do B) acredita que muitos itens do pacote prejudicam o plano de carreira dos servidores públicos. “Nós votamos contrário ao pacote porque achamos que os servidores estão, há algum tempo, com seus planos de carreira praticamente inexistentes. O pacote maltrata os servidores e, portanto não tínhamos alternativa a não ser votar contra.”

Como alternativa para acalmar os ânimos, o líder da base do governo José Vitti (PSDB) destaca que está buscando diálogo entre a base e a oposição para não deixar ninguém prejudicado. “De um modo geral houve algumas mudanças, não foram tão significativas, porém foram significativas para os servidores. Obviamente não foi o ideal, contudo conseguimos avançar.”

Ainda de acordo com José Vitti, as medidas são importantes não só para a atual gestão como também para os futuros governadores. “Em Goiás nós iremos continuar adotando uma postura de que aquilo que celebramos aqui na Assembleia se faz necessário tendo em vista a crise que ainda não acabou. Volto a repetir, todas as medidas são necessárias em face das dificuldades que os estados têm passado.”

*Com informações da repórter Giuliane Alves