Não é por acaso que jogos envolvendo grandes rivais se chamam clássicos. Isso porque o clima que envolve um grande jogo extrapola os limites das quatro linhas, invade as arquibancadas e dura muito mais do que 90 minutos. Um clássico começa, no mínimo, uma semana antes do jogo e termina uma depois, com torcedores, imprensa, jogadores e diretores repercutindo cada detalhe do encontro com o arquirrival.
Todos esses são alguns dos ingredientes que envolvem partidas que põem frente a frente Goiás e Vila Nova, dois gigantes do futebol do centro-oeste. E como não dá para ser diferente, o jogo deste sábado já teve início há algum tempo, principalmente após a declaração do capitão esmeraldino, Amaral, em que ele disse que venceu quase todos os clássicos que jogou contra o Vila Nova (11 vitórias em 14 jogos) e colocou as estatísticas históricas do confronto à favor do Goiás.
E, se de um lado tem a vantagem de Amaral, do outro tem a presença de Wando, jogador que viveu grandes momentos com a camisa colorada e é bastante identificado com a torcida vilanovense. O camisa sete do Tigrão está de volta ao time para enfrentar o rival e, não querendo ficar por baixo, respondeu a alfinetada de Amaral. “Se ele pode falar isso, eu posso falar que venci todas as decisões que joguei contra o Goiás, desde as categorias de base. Foram duas finais de Goiano e três nos campeonatos de base”, revela o colorado.
Ele faz questão de lembrar os principais títulos que teve em cima do maior rival: “Em 2001 fomos campeão de base na casa deles, a Serrinha. No mesmo ano a gente conquistou o Campeonato Goiano vencendo o Goiás no Serra Dourada, quando o Túlio também jogava com a gente. Foram duas vitórias no mesmo ano, com certeza, especial para os torcedores colorados. Depois disso repetimos a dose em 2005, quando fomos campeões Goianos novamente jogando a final contra o Goiás”, relembra Wando.
Às vésperas de disputar mais um clássico com a camisa do Vila, Wando lembra também de outras passagens que teve pelo futebol brasileiro, mas se declara ao Tigrão e revela carinho especial com o clube goiano no qual foi revelado para todo o país: “Vesti muitas camisas pelo Brasil, inclusive de clubes muito grandes, mas nenhuma é como a do Vila. É especial, diferente, não tem como comparar à nenhum outro clube. Me sinto bem no Vila Nova e posso garantir que nunca me senti bem assim em outro time.
Além disso, Wando, regulando o foco para a próxima partida, eforça que, mesmo com um time tecnicamente inferior e vivendo um momento mais instável que o rival, o Vila Nova vai com o pensamento de vencer os rivais e não espera menos que uma vitória. “Não importa o momento que vivemos, o pensamento é sempre de vencer, ainda mais quando se trata de um rival direto. A gente tem que obter o resultado para garantir o primeiro lugar do grupo e buscar uma classificação tranquila, por isso, em um empate nós perderíamos pontos e obviamente seria um resultado ruim. Temos condições de vencer e é isso o que queremos”, garante o atacante.
Porém, o clube enfrenta atualmente um problema que pode atrapalhar e muito a vida dos colorados no jogo contra o Goiás: a dificuldade de balançar as redes. O Vila tem apenas quatro gols marcados e juntamente com Crac e Aparecidense tem o pior ataque do campeonato até agora. Enquanto isso, o esmeraldino é dono da segunda melhor defesa do campeonato, com três gols sofridos, perdendo apenas para o próprio Vila Nova, que tomou dois gols. Mas nem isso tira o otimismo de Wando: “Realmente nós temos isso contra, mas é algo que depende apenas de acertar alguns detalhes para os gols saírem. O meio aproximando mais as chances saírão e o ataque pode ter mais efeitvo”.