(Foto: Divulgação / Polícia Federal)

A Polícia Federal investiga desvio de verbas públicas da Companhia Saneamento de Goiás (Saneago) entre os anos de 2012 e 2016. Na segunda fase da Operação Decantação, a PF cumpre nesta quinta-feira (28) cinco mandados de prisão temporária e oito mandados de busca e apreensão. A Justiça determinou também o sequestro de 65 imóveis avaliados em R$ 35 milhões e o afastamento da função pública de dois servidores da Saneago.

Os alvos são empresários, dirigentes da Saneago e agentes públicos do Governo de Goiás, entre eles o ex-governador José Eliton (PSDB). A ação apura o prejuízo aos cofres públicos de R$ 4,5 milhões. Foi apurado ainda que o ex-governador teria utilizado uma aeronave de propriedade de uma das empresas beneficiadas pelos contratos.

Durante as buscas, os policiais acharam uma mala de dinheiro com R$ 1,3 milhão e armas na casa de Gisella Silva Oliveira Alburquerque, que é filha do ex-chefe de gabinete do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), Luiz Alberto de Oliveira. No carro de Luiz Alberto, os policiais encontraram R$ 1 milhão. De acordo com a Polícia Federal, pai e filha foram presos. Também tiveram prisão decretada, o empresário dono da Sanefer, Carlos Eduardo Pereira da Costa; o ex-diretor de gestão corporativa da Saneago, Robson Borges Salazar e a empresária Nilvane Tomás de Sousa Costa. 

A Operação Decantação 2 constatou que três empresas, de um único dono, foram beneficiadas em contratos junto à Saneago. Os envolvidos responderão pelos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, fraudes em processos licitatórios e lavagem de dinheiro.

Em nota, a assessoria do ex-governador José Eliton afirmou que ele está em Posse (GO), mas que retorna ainda hoje para Goiânia. Ainda de acordo com a nota, José Eliton confirmou o cumprimento do mandado de busca e apreensão em seu apartamento na capital e que foi apreendido um computador, usado por seu filho mais novo. Segundo a assessoria, José Eliton se manisfestará publicamente depois que tiver acesso ao inquérito.

A Saneago também se manisfestou por meio de nota, disse que a operação da Polícia Federal é relacionada à fatos ocorridos no período de 2012 a 2016 e destaca que a atual gestão da empresa tem priorizado a implantação das melhores práticas de governança e compliance, para garantir a lisura em todos os processos da Companhia. Informou também que está prestando toda a colaboração necessária às investigações.

Também por meio de nota, a defesa de Robson Salazar diz que não há fundamento para a prisão, e que acredita na Justiça. Leia a nota na íntegra.

A defesa de Robson Borges Salazar não vislumbra o mínimo fundamento que seja para o decreto de prisão cumprido por ocasião da deflagração da Operação Decantação 2.
A decisão foi proferida por Juízo incompetente, posto que os fatos são conexos com suposto delito de “caixa 2”, afeto à competência da Justiça Eleitoral, sem observar a contemporaneidade dos fatos com a deflagração da medida, além de desconsiderar os requisitos para a prisão, tais como a imprescindibilidade da medida.
Não obstante, os fatos que ensejaram a medida tão gravosa, já foram devidamente esclarecidos no âmbito do Justiça, por meio de defesa preliminar apresentada em 18/05/2018, entretanto, até o presente momento, ainda não apreciada.
No mais, a defesa acredita na Justiça e está buscando o restabelecimento da liberdade de Robson Salazar.

Romero Ferraz Filho e Luís Alexandre Rassi“.

*Matéria atualizada dia 29/03, às 15h21, com a confirmação dos valores apreendidos.