A vacinação contra a Covid-19 começa nesta terça-feira (8) no Reino Unido. O clima é de felicidade entre os britânicos segundo a paramédica brasileira Priscila Currie. Ela participou nesta segunda-feira (7) do Programa Sagres em Tom Maior, direto de Londres, e contou como será a logística para a imunização.

O Reino Unido comprou, no total, 40 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech. Como são duas doses, 20 milhões de pessoas serão imunizadas. Cada morador receberá por meio de ligação ou mensagem no telefone e e-mail um convite para ir até um dos 50 hospitais que serão pontos de vacinação.

Segundo Priscila, uma pesquisa feita na Inglaterra mostrou que 70% dos moradores vão se vacinar. “A gente percebe um clima de felicidade por aqui. Mais de 70% das pessoas responderam uma enquete e disseram que vão se vacinar. 20% dizem que ainda estão com medo e vão esperar e 10% não sabem. Então, na verdade, é bem positivo”.

O Reino Unido estipulou 9 grupos prioritários, começando pelos idosos acima dos 80 anos. “Cuidadores e profissionais de saúde também estão nesse grupo prioritário. São 800 mil vacinas até o final desse mês e o restante chega em 2021. Depois dos idosos acima de 80 anos, a imunização começa no grupo acima dos 70 até a população toda receber a vacina”, explicou Priscila que acredita na imunização em massa até agosto de 2021.

A rainha Elizabeth II e o príncipe Phillip devem tomar a vacina, mas disseram que não vão furar fila. Os dois estão no grupo prioritário. A rainha tem 94 anos e o príncipe vai completar 100 anos.

REVISÃO CONTÍNUA

A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA, na sigla em inglês) do Reino Unido disse, em nota na publicada na quarta, que a aprovação da vacina foi feita de forma emergencial e terá uma “revisão contínua”. Priscila esclareceu que essa revisão se dá para acompanhar os efeitos da vacina aos longo dos anos.

“O nosso órgão de segurança autorizou para uso emergencial, porque não dá pra ficar esperando de cinco a dez anos pra saber o que vai acontecer. Temos que agir agora. Já se certificaram que é eficaz. O que não sabemos ainda é se as pessoas vacinadas continuam transmitindo a doença. Os resultados da vacina demoram meses e anos e por isso a agência vai continuar monitorando e revisando constantemente”.

Priscila afirma que a vida como as pessoas conheciam antes da pandemia só deve voltar daqui a dois anos. “O uso das máscaras e do álcool gel, além do distanciamento social vão durar pelo menos mais um ano. O fato da vacina sair não significa que acabou a pandemia. Precisamos fazer um esforço conjunto. Quanto mais pessoas se vacinarem, melhor vai ser. E temos que ser paciente. É um processo demorado e uma logística grande”, ressaltou a paramédica.

A vacina da Pfizer, desenvolvida em parceria com a empresa BioNTech, é uma das quatro que estão sendo testadas no Brasil, que ainda não fez acordo para adquirir a vacina.

Assista a entrevista completa:

DEMIA