(Foto: Divulgação) 

A farra do atacante Neymar durante o carnaval foi assunto mundial. Programas esportivos, de fofocas e telejornais. A imprensa mundial, noticiou o fato do jogador se recuperar de uma contusão no pé aqui no Brasil durante a maior festa popular do país, enquanto os companheiros do PSG estavam envolvidos em uma decisão na Liga dos Campeões contra o Manchester United. O time francês acabou eliminado da competição que é considerada a principal do futebol mundial, envolvendo clubes.

No Brasil não seria diferente, e o assunto também tomou conta das ruas. Em qualquer rodinha de conversa, mesa de bar, sala de espera de consultório médico, fila de banco, os mais variados ambientes, o assunto Neymar foi o mais discutido. Em Goiânia, à Sagres 730 resolveu ouvir opiniões de atletas, técnicos e comentaristas sobre o comportamento do craque brasileiro. Michael, principal jogador do Goiás, fez questão de defender o ídolo.

“Creio que ele é bem maduro e bem assessorado pelo pai e sua empresa. Eu sou fã demais dele e confesso que antes de cada jogo, assisto pregações, oro e também vejo vídeos dele e um pouco dos meu dribles, eu não consigo né, mas tento imita – lo. Eu falo que quero ser igual, mas não dá. Ele é diferenciado, acima da média”, disse o atacante esmeraldino, que também citou a pressão sofrida por Neymar.

“Sobre o extra-campo dele, acho que a gente não tem nada a ver com a vida dos outros, porque o jogador vive sob pressão o ano inteiro. O cara sofre com piadinhas e quando ele começa a fazer uma piadinha pra responder, as pessoas julgam, porque acham que ele não pode dar opinião. As pessoas julgam muito ele sem saber o que acontece. Porque ele não quer saber o que acontece na vida de vocês, mas muita gente vai pro estádio esperando o cara errar pra xinga-lo e não vai querendo apoiar”.

Michael também citou uma passagem bíblica, do livro de Matheus, para finalizar sua defesa ao atacante. “Não julgais, para não ser julgado. Eu sou um fã dele e não posso falar muito não porque sempre vou defende-lo”.

No Atlético, outro atacante, Pedro Raul, que estava no futebol português antes de vir para o Brasil, revelou que este tipo de situação não é bem vista na Europa e questionou a postura do craque. “A vida do Neymar é a vida do Neymar, quem sou eu pra falar. Eu acho que não é a postura adequada para um jogador do porte do Neymar. Ele é um excelente jogador, o melhor do Brasil, um dos melhores do mundo, mas teve esse deslize e pela representatividade que tem no Brasil e no mundo, deixou a desejar neste quesito”.

O volante Neto Moura, do Vila Nova, minimizou, já que Neymar estava liberado pelo PSG para vir ao Brasil. Segundo o meio – campista colorado, de folga, no entanto o que foi informado é que o atacante seguiria com a recuperação de uma contusão no país: “Gosto muito do futebol do Neymar, é um jogador excepcional. O PSG deu a folga pra ele vir para o Brasil. Estava em seu momento de folga e coincidiu de curtir o carnaval e o PSG ser eliminado na Liga dos Campeões. Ele quis curtir o carnaval e sabe o que faz. Já é um cara com uma idade boa e não tenho muito o que falar”.

O meia Miguel, do Goiânia, assumiu ser fã do jogador e não criticou a atitude do atleta “É difícil falar do Neymar. Ele é um excelente jogador, um craque e um ícone no futebol. Infelizmente ele teve essa lesão e eu acho que o jogador vivem no fio da navalha. Se ele cair para o lado esquerdo ele é bom, se ele cair pelo lado direito ele já não presta. É muito dinâmico. Com essa eliminação da Champions ainda vai cair na conta dele, por ele ter se machucado e ter vindo para o Rio de Janeiro curtir carnaval. É difícil falar. O Neymar é um jogador perseguido. Eu sou muito fã delel”.

neymar mauro pimentel

(Foto: Marcos Pimentel) 

Técnicos 

Eduardo Baptista, técnico do Vila Nova Futebol Clube, também defendeu Neymar, e justificou que o jogador não apresenta problemas físicos por causa do comportamento extra-campo: “Em campo, o Neymar é excelência. Eu vejo que tudo isso que ele faz, fisicamente, não o atrapalha. Nunca vi um jogo ruim do Neymar por questões físicas. Sempre que foi mal, foi por questões técnicas e táticas, mas o fato é ruim pra imagem do atleta”, ressaltou o técnico colorado, mas que também reconheceu que as atitudes do craque o deixam mais longe do prêmio de melhor do mundo.

“Quando cheguei no Santos em 2005, me falaram que um menino de 15 anos e eu nem sonhava que era o Neymar. Então vi ele jogando, é uma menino muito simples, do bem, que as vezes dá uma derrapada na questão da imagem. Quem é a gente pra julgar? Mas sabemos que isso que ele faz atrapalha, ainda mais na Europa, se quiser ser o melhor do mundo”, finalizou o técnico colorado.

Mauricio Barbieri, técnico do Goiás, defendeu o atacante e segui a linha – o que é combinado, não é caro. “Eu não estou no dia a dia. Eu não sei o que o departamento médico estipulou como limite para ele. O correto seria que ele fizesse o que foi determinado pelo departamento médico como o tratamento ideal. Então, se é tratado dois, três, ou quatro períodos por dia, ele tem que fazer isso. Eu não sei o que foi combinado. A questão é que não sei qual seria a importância, se o treinador entendeu que era importante ou não. Eu acho que vai muito da construção que é feita com o clube naquele momento. Nesse momento querer colocar a desclassificação em cima da ausência do Neymar, acho que não seria bacana”.

O técnico do Atlético, Wagner Lopes, também olhou o lado do PSG e alertou o jogador sobre as redes sociais. “Acho que na juventude a gente erra muito. Eu vejo que a figura pública, o atleta, ele precisa ter certos cuidados ainda mais estando lesionado. Eu acho que não teria necessidade de expor da maneira que foi, mas acho que acaba distanciando dos objetivos, quando você tem alguma repercussão negativa. Claro que cada um cuida da sua vida fora de campo. Cada um tem a sua privacidade. Por ser uma figura pública ele acaba não tendo direito a essa privacidade. De uma maneira ou de outra ele se expõe publicamente, ai você e julgado. As redes sociais julgam impiedosamente. Cada um fala as vezes sem conhecimento necessário. Respeito a opinião de todos. Eu conversaria com ele para que não se expusesse tanto na vida particular. Eu não tenho redes sociais. Eu fui perseguido por zagueiros a vida toda e não quero ninguém me perseguindo hoje. O Neymar é adulto, sabe onde aperta o calo, sabe que precisa do tratamento, sabe o que precisa fazer para voltar o mais rápido possível. Temos que analisar os dois lados. Se ele estava ali é porque o departamento médico dele liberou ele para estar ali. Me parece que ele é um grande profissional. As vezes que encontrei ele e conversei com ele, foi bem profissional. Conversando com outros técnicos eles elogiaram muito. Tite elogiou, Murici elogiou. Ele é um cara muito coerente e muito sensato. Se ele estava lá é porque os médicos deram o aval, se não seria anti-prossionalismo” 

Artur Neto, técnico do Goiânia, ressaltou a necessidade de uma melhor orientação para o craque que aproveitou a folia na última semana: “O jogador Neymar tecnicamente falando ele é um jogador de muito recurso, é um ótimo jogador. É um jogador diferenciado. Acho que a nível de comportamento ele precisa ser um pouco melhor orientado. Isso nós já vimos na Copa do Mundo e todos já sabem daquele episódio dele ficar caindo demais. Depois houve uma melhora em relação a isso. É um coincidência essa contusão dele, pois no ano passado foi do mesmo jeito. Ele não pode estar o momento mais importante do seu clube. Nós temos que lembrar do clube, que gastou uma fortuna para contrata-lo almejando uma final da Champions. Eles não puderam contar com o jogador. Agora acontece a mesma coisa. Para o clube ainda não teve o benefício. Não concordo com tudo que nós vimos no carnaval, não que eu seja contra o jogador ir no carnaval, pelo contrário. O jogador que está na situação como a dele, que era para tratar, obvio que não existiu. Só quem é cego não viu. As imagem mostram todos os dias. Ele precisa ser melhor orientado”

Edson Júnior, técnico da Aparecidense, discorda da atitude de Neymar e espera um comportamento diferente de um atleta com a responsabiliade que ele carrega. “Tem que ver o que foi acordado com o departamento médico. O Neymar tem a sua equipe medica particular. Ainda mais pelo que vemos nas redes sociais. É muito complicado isso. Os melhores atletas do clube tem que dar o melhor exemplo. Eu tenho isso para mim e prezo muito isso. Claro que, as vezes no futebol isso não é visto de maneira muito positiva, porque muita gente ainda acha que se atleta rende dentro do campo ele pode fazer o que quiser. Como treinador eu não acho isso. Até porque vai ter uma regalia para um e outra situação para outros. Se eu fosse treinador dele conversaria com ele. Mas é o dia a dia. Tem atletas que não adianta nem você conversar, pois ele tem uma maneira de trabalhar e acham que são intocáveis. Você tem como treinador manter o trabalho. No meu caso eu teria uma conversa muito seria com ele para saber realmente o que ele está pensando. Seria um momento muito bom para ele repensar. O que ele tinha que fazer da vida dele, ele fez. É um momento de reflexão”.

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