Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A dois dias do polêmico 31 de março, data que marca os 55 anos do início do regime militar no Brasil, e que perdurou por mais de duas décadas, o Instituto Vladimir Herzog e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) enviaram à Organização das Nações Unidas (ONU) uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL). A informação é do jornal Estadão

No documento, denúncia contra a orientação do presidente para que seja comemorado nos quartéis no domingo (31) o golpe de Estado de 1964. Na petição, consta que Bolsonaro e outros membros do governo tentam “modificar a narrativa histórica do golpe que instaurou uma ditadura militar”. 

Ainda na petição, também são citadas recentes entrevistas nas quais Bolsonaro nega que houve ditadura durante 21 anos no Brasil, além de refutar os “crimes contra a humanidade cometidos por agentes do Estado”. 

O instituto afirma que a carta tem caráter confidencial, e esperam que a ONU se posicione em relação ao documento, e que cobre explicações do presidente da República, além de afirmar que as comemorações representam uma “violação dos tratados aos quais o Brasil passou a fazer parte depois de retornar à democracia”. 

Criado em 2009, o Instituto Vladimir Herzog, jornalista torturado e morto nas dependências do DOI-CODI, núcleo mais temido da repressão, ligado ao antigo II Exército, em São Paulo.