(Foto: Rubens Salomão / Sagres Online)
Por muitas gerações, as mulheres foram ensinadas a serem dependentes. O rótulo de frágeis, sentimentais e incompletas sem um marido podem contribuir para uma dependência emocional. Neste domingo, dia 8, o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher. Para lembrar a data, a Rádio Sagres 730 convidou a doutora em psicologia, Ariana Fidélis e a socióloga Aava Santiago para uma conversa sobre dependência emocional.
A dependência emocional é frequentemente comparada com a dependência em substâncias químicas, como álcool, cocaína e cigarro. A diferença é que ao invés de substâncias, a dependência é em outra pessoa, que pode ser o namorado ou o marido, por exemplo. O grande problema emocional presente é quando o dependente acredita que necessita do outro para viver. Em muitos casos, anulando a própria personalidade para agradar o companheiro.
Além do emocional, uma pessoa em situação de dependência pode se colocar a mercê de outro também financeira, afetiva e/ou psicologicamente. A escolha do tema do debate foi também para contribuir com a luta das mulheres e buscar ajudar as que estejam passando por essa situação.
A psicóloga Ariana Fidélis explica que antes de procurar ajuda é necessário fazer uma autoanálise. “Se tem alguma coisa que está me incomodando, gerando desconforto, então é hora de mudar. Mas é muito importante saber que para procurar uma cura, é preciso que, de fato, eu quero tirar aquilo que está deixando doente. Esse é um importante passo”, disse. Confira as dicas.
– Os planos de saúde em alguns casos já disponibiliza atendimento psicológico
– Universidades – tem serviço de atendimento psicológico gratuito (UFG, PUC, Universo, Unip)
– Em casos de abuso, procurem os órgão públicos competentes
– Institutos de Formação de Psicólogos de Pós-graduação (Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt Terapia de Goiânia – ITGT, Núcleo de Psicanálise)
– Unidade do CRAS – Centro de Referência de Assistência Social
– Unidade do CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social
– Núcleo Especializado de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher (Nudem) – Avenida Cora Coralina, entre a 85 e a 84, das 08h às 17h. Contato: 3201 – 5922
– Grupo reflexivo quinzenalmente na Defensoria Pública em parceria com a professora Vera Morselli da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC – GO) – (terapia de grupo)
Dia Internacional da Mulher
Mensagens especiais para o Dia Internacional da Mulher marcaram o fim do programa. Ariana Fidélis destacou a importância da luta e das conquistas femininas. “Temos muito a comemorar. Esses ajustes que nós temos na história e que ainda deverão ser feitos, se a gente começar com pequenas ações podemos modificar essa história. E parabenizar todas as mulheres, essa guerreira que acorda, entra no seu ônibus e vai conquistar seu pão de cada dia, cuida dos seus filhos, e faz isso com toda uma maestria, com toda uma beleza e com toda uma graça. Parabéns a nós mulheres por todos os anos de luta e por todas as grandes conquistas que nós tivemos”.
“Mulheres não parem por causas de reações, por mais abruptas e violentas que sejam, e homens a presença de vocês nessa caminhada conosco é fundamental, não espere seer com as mulheres que vocês amam para ser um problema de vocês, unam-se a isso entendendo que um mundo mais justo para as mulheres é um mundo mais justo para todo mundo”, disse a socióloga Aava Santiago
A defensora Pública Gabriela Randam deixou um abraço e também um recado. “Quero deixar um abraço especial pra você mulher que desempenha todos os papéis, é chefe do lar, que trabalha fora, que é solteira, que é casada, que é divorciada, quero deixar a minha solidariedade a você, porque eu sei que é muito difícil sermos mulheres nesse mundo de hoje e quero dizer que você não está sozinha. Procura ajuda, viu! Um grande abraço!
A jornalista Cileide Alves também deixou um recado especial. “Quero dizer a todas as mulheres: imponham um limite na relação com o seu namorado, marido ou companheiro. Diga não pra ele da mesma que é preciso dizer não pros filhos. Muitas vezes o extrapolar esses limites é que leva a situação de dependência emocional, financeira, a uma situação de violência. Comece a romper essa dependência emocional avaliando os limites que você deixou serem ultrapassados em toda a sua vida e comece a recriar esses limites e comece a recriar a sua própria vida”.
Cileide parabenizou especialmente as mulheres que sofrem violência. “Eu respeito muito todas as mulheres, mas essas em especial porque elas são muito resistentes e muito resilientes, só que acho que essa resistência e essa resiliência para sair do lugar em que elas estão”, finalizou.