Em um contexto em que cada voto é decisivo para a recomposição da base aliada ao governador Ronaldo Caiado (DEM) na Assembleia Legislativa, o ex-deputado estadual Sérgio Bravo (PROS) considera não engrossar as fileiras governistas, caso a posse dele se confirme.
O parlamentar de Senador Canedo deve assumir cadeira caso seja confirmada a cassação do mandato de Vinícius Cirqueira pelo pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), depois de decisão liminar neste sentido proferida pelo ministro Alexandre de Moraes e das anteriores no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Perguntado agora sobre possível posicionamento entre base e oposição na Alego, Sérgio Bravo afirma que só poderá responder depois de alguns dias no mandato e de conversas com líderes de ambos lados, mas ele lembra que não esteve no projeto apoiado por Vanderlan Cardoso em Senador Canedo, por apoiar o prefeito Divino Lemes; e que trabalhou pela eleição de Maguito Vilela (MDB) em Goiânia.
Apesar de retomar a proximidade com forças da oposição na eleição municipal, o suplente de deputado se coloca aberto para conversas com a base caiadista.
Histórico governista
Sérgio Bravo foi eleito em 2014 com a menor votação, pouco mais de 8 mil votos, e exerceu mandato entre 2015 e 2018, quando foi da base silenciosa de Marconi Perillo e José Eliton. Ou seja, sem usar a tribuna, mas com apoio a todos os projetos importantes.
Emendas impositivas
Vinícius Cirqueira segue no cargo enquanto o TSE não julga recurso apresentado no processo. Enquanto isso, o ex-deputado Sérgio Bravo acompanha à distância a tramitação do orçamento de 2021. Ele torce para assumir o mandato até antes do dia 14 de dezembro, até quando os deputados podem apresentar emendas impositivas até o valor de R$ 5,5 milhões.
Falando nisso…
Um dos principais opositores a Ronaldo Caiado na Alego, deputado Cláudio Meirelles (PTC), tem comemorado entre apoiadores o cumprimento de suas emendas neste fim de ano. Os repasses do governo já totalizam ao menos R$ 2,090 milhões, só na última semana, a cidades de Planaltina, Caiapônia, Corumbá, Paranaiguara, Pontalina, Santa Helena, entre outros 20 municípos.
Dissidentes
Com a possibilidade de Bravo não compor a base aliada, o grupo governista passa a contar com apenas máximo de 20 deputados efetivamente fiéis ao Palácio. O governador Ronaldo Caiado ainda não entrou no circuito, mas os alvos estão definidos.
Podem voltar
Os desgarrados a serem buscados pela articulação governista são dos do processo eleitoral deste ano Paulo Cézar Martins (MDB), Zé Carapô (DC) e Paulo Trabalho (PSL), além dos que votaram contra as mudanças no estatuto do servidor em 2019: Virmondes Cruvinel (Cidadania), Karlos Cabral (PDT) e Eduardo Prado (DC).
Fora do processo
Diferente do processo do início da legislatura, esta eleição à presidência da Câmara Municipal de Goiânia ainda não conta com qualquer articulação do Palácio das Esmeraldas. Há dois anos, o governador não foi decisivo, mas foi buscado nos bastidores por vereadores que buscavam apoio, na ausência de articulação do Paço Municipal.
Derrota digerida
Um articulador palaciano garante que a influência do governo ainda não foi buscada e que Ronaldo Caiado não mostra interesse em se envolver no processo. A ausência tem relação com a derrota nas urnas de Vanderlan Cardoso. No governo, avaliação é de que o resultado foi causado pela comoção em torno do estado de saúde de Maguito Vilela e que a diferença foi pequena: apenas 5 pontos percentuais.