Os dias seguintes à filiação de Henrique Meirelles ao PSD de Goiás marcaram a intensificação do debate interno no partido sobre os caminhos de composição ou independência em relação à base do governador Ronaldo Caiado (DEM), com posicionamento do ex-ministro favorável à adesão, de olho em vaga na chapa majoritária para disputa ao Senado.
A parte governista da sigla chegou a trocar sinais com articuladores do Palácio das Esmeraldas sobre uma possível antecipação de acordo para a composição da chapa, mas receberam em resposta muitos elogios a Meirelles, sem qualquer confirmação de nome na chapa majoritária. Palaciano ouvido pela Coluna avalia que o PSD se precipitou ao já filiar Meirelles e que o secretário da Fazenda de São Paulo seria uma cartada importante nas conversas mais próximas da definição, em 2022.
Além disso, aponta que a base governista não deve fechar chapa com antecedência, para manter diálogos e composições em aberto. Diante do cenário, tanto pessedistas próximos ao governo, como Vanderlan Cardoso e Francisco Júnior, quanto distantes, como Vilmar Rocha e Lucas Calil, defendem que o partido trabalhe para ter chapa majoritária própria na próxima eleição. A intenção é fortalecer a sigla, independente de que caminho será seguido.
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Oposição definida
A conclusão da coleta de assinatura para a “CPI das Interferências”, pelo deputado delegado Humberto Teófilo (PSL), serviu para apurar quais deputados, de fato, fazem parte da oposição. Ao todo, foram conseguidas as 14 assinaturas – número mínimo para que a Mesa Diretora instale a Comissão Parlamentar de Inquérito.
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Quem são?
Os 14 que assinaram o requerimento são: Delegado Humberto Teófilo, Paulo Trabalho e Major Araújo (PSL); Cláudio Meirelles (PTC); Antonio Gomide e Adriana Acorsi (PT); Henrique Arantes (MDB); Delegado Eduardo Prado (DC); Lêda Borges, Talles Barreto, Gustavo Sebba e Hélio de Sousa (PSDB); Alysson Lima (SD); Lucas Calil (PSD).
Governistas
Foram buscados e preferiram não assinar alguns dos deputados considerados independentes da base governista, como Paulo César Martins (MDB), Zé Carapô (DC), Karlos Cabral (PDT) e Francisco Oliveira (PSDB). Somados os independentes com os opositores, restam apenas 23 deputados efetivamente fiéis à base do governo na Alego.
Prazo dado
O presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSB), não participou dos trabalhos nesta quinta-feira (18) e afirma não ter conhecimento sobre o requerimento da CPI, mas que tomará a decisão pela abertura ou não da Comissão na próxima terça-feira (23). Como o pedido já foi protocolado, outros deputados não podem incluir assinaturas. Os que assinaram, no entanto, ainda podem retirar o apoio até lá.
Pedido de ajuda
A Secretaria de Economia de Goiás, junto com outros 25 secretários da Fazenda, assinaram nota conjunta em que solicitam ao Ministério da Saúde recursos “para a manutenção de medidas que possibilitem aos entes federados proverem serviços de saúde que atendam a alta gravidade do momento da crise na saúde”.
Exceção
Segundo a nota, a redução dos custeios de leitos pelo Ministério da Saúde aflige os Estados neste momento. O único Estado a não assinar a nota foi Roraima.