O Conselho Nacional de Educação (CNE) orientou as redes de ensino a não reprovarem alunos, a fim de evitar injustiças. Em entrevista à Sagres, a especialista em monitoramento e avaliação do Itaú Social, Esmeralda Macana, ressaltou que a medida tomada foi correta, mas que isso distorceu os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e, por isso, as escolas precisam aplicar avaliações diagnósticas pontuais para monitorar a aprendizagem dos estudantes.

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“Pode ser que o Ideb tenha aumentado, mas não por conta da aprendizagem e sim pelo aumento da aprovação, ou seja, um Ideb maior, mas com queda de aprendizagem”, disse Esmeralda, que explicou ainda que as avaliações serão importantes para o planejamento de novas estratégias. “Vai ajudar o professor no andamento da aula, para priorizar algumas habilidades e competências do currículo. Poderá acelerar a aprendizagem de crianças que estão com muita defasagem”, detalhou.

A especialista destacou que o resultado do Ideb deve ser observado com cautela, mas não descartado, afinal o índice é composto por duas variáveis. “Uma por desempenho através da prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que é feita a cada dois anos para ver o desempenho em língua portuguesa e matemática, e a análise da aprovação dos estudantes que é um indicador de fluxo, para ver como está a qualidade sobre inclusão, se as crianças estão progredindo na trajetória escolar”, explicou.

Esmeralda disse ainda que durante a pandemia, alguns alunos receberam apoio rapidamente, com aulas online, enquanto outros sequer tinham acesso a internet. Por isso, segundo a especialista, é preciso observar “esse cenário diferente” para saber a real defasagem na aprendizagem.

“Então essa é a nossa atenção para que cada rede, municipal ou estadual, aproveite o indicador, de maneira muito contextualizada, para poder refletir e reavaliar as estratégias adotadas durante a pandemia, inclusive, agora, na retomada presencial para recuperação das aprendizagens”, concluiu.

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