As consequências dos dois anos de aulas paralisadas, em função da pandemia da Covid-19, como perda de aprendizagem, são percebidas pelos profissionais de educação. Conforme pesquisa feita pelo Datafolha com pais de estudantes de escolas públicas brasileiras, apenas 39% dos alunos tem aulas de reforço e 40% recebem apoio psicológico. Segundo a especialista em monitoramento e avaliação do Itaú Social, Esmeralda Macana, porém, esse número não é suficiente, pois diante dos novos desafios, o Brasil não pode continuar com a educação da forma como era antes da pandemia, é preciso ampliar o ensino.

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“É uma educação que deve focar no desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens […] é ampliar a visão da educação que nós temos hoje, não podemos seguir como estávamos antes da pandemia, é preciso de apoio psicológico, aumento da carga horária, olhar para questões estruturais com o trabalho docente”, detalhou a especialista, que disse ainda que sem essas ações, “não vamos conseguir superar esses desafios”.

Esmeralda contou que essa educação integral, “com a promoção do desenvolvimento em múltiplas dimensões”, já está prevista na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “A gente precisa olhar mais sistematicamente, intersetorialmente. E, claro, são diversas ações que estão sendo trianguladas para poder superar esse desafio. Não vai ser uma ação isolada que vai resolver”.

Segundo a especialista, todas as ações pensadas precisam de muito esforço dos agentes envolvidos em educação para recuperar a aprendizagem dos alunos. Além disso, Esmeralda acredita que esse desafio precisará ser enfrentado por muito tempo. “Foram dois anos que as crianças tiveram acessos muito diferentes. O Brasil enfrentou um problema de conectividade que já havia antes da pandemia, então muitas crianças não tiveram acesso às aulas ao vivo com professor. Há uma desigualdade muito grande”, disse.

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