A Superintendência de Igualdade Racial do Estado de Goiás (Supir), vinculada à Secretaria de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial (Semira) se manifestou contrária, por meio de nota enviada à imprensa nesta segunda-feira (12), à sugestão de regras para o visual de mulheres na PM, proposta pela Capitã Ester Lacerda, principalmente quanto à exigência do “modelo para rabo de cavalo, cabelos crespos, afros ou anelados, que devem ser trançados”.
No texto, a Supir destaca que os cabelos crespos “fazem parte da corporeidade de muitas mulheres brasileiras, mas são, sobretudo ligados à identidade da mulher negra, associados a autoafirmação e autoestima de um processo em que a estética faz parte do resgate da cultura pela estética e valorização da sua ancestralidade”.
A nota ainda afirma que, no atual contexto social, em que o cabelo crespo é considerado “ruim”, “exigir tranças nos cabelos das policiais femininas que assumem sua herança africana é limitar as opções de todo um segmento étnico-racial que representa cerca de metade da população brasileira e goiana”.
O texto finaliza: “Isto nega toda a história ancestral de quem conheceu e conhece inúmeras formas de manipular a textura do cabelo na África e nas comunidades negras da diáspora e que, apesar do processo de escravidão e colonização dos corpos nesta terra continua lutando por reconhecimento e liberdade”.