Zelar de ambientes públicos das cidades pode efetivamente fazer a diferença para novas gerações no cuidado com a natureza. Iniciativas de cuidado com parques e praças de Goiânia mostram como a população e os órgãos públicos podem ajudar no cuidado com a fauna e flora local.
Quando se trata de preservação da natureza, todo o cuidado é válido! Desde ações simples, como recolher o lixo jogado, até a conscientização dos moradores e frequentadores, auxiliam na construção de uma educação ambiental.
Iniciativa de moradores
Nesse sentido, o parque Taquaral, na região oeste, foi criado em 2003 em uma parceria dos moradores do setor Goiânia Viva e o Delegado Luziano de Carvalho.
O titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) insistiu na criação de um novo parque para o povo, mesmo com questionamentos.
“Juntamos a população em um mutirão e trouxemos camionetes com cerca de mil mudas só de sangra d’água. Muitos duvidaram, mas eu acreditava que realmente teria uma pista de caminhada e se tornaria um lugar feito pela população e para a população”, afirma.

Hoje, toda a população de bairros próximos frequenta o parque e se tornou um ponto de encontro entre jovens para a prática esportiva ou para irem ao colégio juntos. É o que conta Priscila Esthefany.
A diarista mora há 25 anos na região e passa diariamente no Taquaral para levar e buscar os filhos na escola. “Toda semana durante o dia a gente passa aqui. Os meninos têm treino de futebol aqui no campo e as crianças brincam no parquinho, é muito bom”, conta a moradora.
Educação ambiental para as novas gerações
Contudo, Ester, de 9 anos, evidencia o problema crônico dos parques de Goiânia: o vandalismo e a falta de cuidado por parte da população.
“O parquinho é até legal, mas os meninos mais velhos deixam tudo sujo e quebram alguns brinquedos e a gente não consegue usar”.
O cuidado ambiental vai muito além de cuidados com a natureza, a manutenção dos ambientes comuns de parques e praças é fundamental para que estes bens públicos sejam conservados e toda a população possa desfrutar.

Um dos mais antigos moradores da região, João Santos é comerciante e aos 85 anos, se vê decepcionado com os “destruidores”. Ele foi um dos fundadores do parque Taquaral, no início dos anos dois mil, vendo e participando de perto da transformação do bairro. Ele destaca a importância do cuidado com a natureza e com o que foi construído com tanto suor.
“Tem uns [grupos de jovens] aqui que vêm só para destruir. Não só os bancos e brinquedos, mas também quebram as lâmpadas, destroem tudo”, explica ‘seu’ João, em tom de indignação.
“A própria população tem que cuidar. Todo mundo que frequenta tem que fazer a sua parte para cuidar do parque. É um ambiente muito bom para deixar jogado e descuidado, portanto, precisamos tomar conta”.
Papel de todos
Luziano relata a falta de colaboração de algumas pessoas e a necessidade do cuidado com a natureza e, além disso, com o patrimônio.
“Não se pode aceitar a destruição. Não podemos plantar o fim. É preciso saber que a natureza é o símbolo da pureza e o valor disso é inestimável. Só iremos descobrir o valor disso quando houver educação ambiental efetivamente”.
Além do esforço vindo dos moradores, o poder público também tem o dever de ajudar.
A Agência Municipal do Meio Ambiente de Goiânia (AMMA) realiza manutenções nos parques e praças, com pinturas de paredes e restauração de bancos e iluminações danificadas, enquanto os policiais militares e guarda civil fiscalizam a segurança e atuam no combate a degradação.

Por fim, o delegado ainda diz que as pichações, danificações de árvores e poluição do ambiente, devem ser exemplos negativos e tornar a educação ambiental, um motivador para mudança das novas gerações.
“As pessoas não têm que cuidar dos parques por medo da polícia ou por estar na lei. É preciso que essa consciência ambiental seja algo natural à população para que possamos ter ambientes tão agradáveis como o parque Taquaral”.
Arena Repense
Esta reportagem integra a segunda temporada da série Repense desenvolvida pelo Sistema Sagres de Comunicação com o apoio da Renapsi e da Fundação Pró Cerrado.
Ao longo de 48 episódios abordamos temas relativos aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da Organização das Nações Unidas ONU.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 3 – Saúde e Bem-estar; ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis.