O mês de agosto marca o início oficial das campanhas eleitorais para as prefeituras e câmaras municipais de todo o país. Então, começa a distribuição dos santinhos dos candidatos. Mas os materiais constantemente aparecem descartados nas ruas da cidade. Os santinhos são um dos maiores desafios para o país atingir eleições verdes, com campanhas políticas mais sustentáveis.

Especialista em sustentabilidade, Leide Laje afirma que o compromisso com a sustentabilidade deve começar na campanha. Dona da consultoria Laje Sustentável, que realizou ações no Afropunk Bahia e no Festival de Verão, a especialista  destaca a necessidade de manter a pauta do meio ambiente com impacto positivo nas campanhas.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a quantidade de material impresso para a propaganda eleitoral de 2012 poderia ser usada para a publicação de 40 milhões de livros escolares. Em 2016, por exemplo, só a cidade de Salvador gerou mais de 100 toneladas de resíduos com santinhos e panfletos.

Eleições verdes

Leide Laje afirma que os danos dos materiais das campanhas podem ser mitigados, e que as campanhas poderiam usar plásticos biodegradáveis ou papel reciclado. Segundo ela, cuidar dos recursos naturais e promover a economia circular são ações do conceito de “eleições verdes”, já praticado em países como Alemanha, Canadá, Finlândia, Austrália e Nova Zelândia. 

Por fim, Leide Laje argumentou que os candidatos irão se preocupar com pautas, como racismo ambiental, mudanças climáticas, emissão de carbono, acessibilidade, vulnerabilidade social e diversidade. Porém, ela destaca que na campanha das ruas a pauta ambiental fica escanteada.

“Quando analisamos os eventos, as logísticas e todo o material produzido, não percebemos essa mesma preocupação. Campanhas ambientalmente responsáveis alinhadas aos projetos políticos em pauta são fundamentais”, critica. 

*Com portal Notícia Sustentável

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 12 – Consumo e produção responsáveis.

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