O relatório Estado do Clima Europeu 2024 divulgado nesta terça-feira (15) pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirma que a Europa é o continente que mais aquece no mundo.

Segundo o Copernicus, o documento contou com a participação de cerca de 100 colaboradores científicos que forneceram insights holísticos. Ou seja, análises totais sem desmembramentos, sobre o clima da Europa. No entanto, o serviço climático destaca que as análises são concisas e geraram, inclusive, uma galeria com 130 gráficos e infográficos. 

O relatório é publicado anualmente desde 2018 e sempre traz o panorama do clima europeu no ano anterior. Em 2024, o mundo registrou o ano mais quente da história, mas também foi o ano mais quente da Europa. Todos os dados apresentados são resultados de variáveis climáticas como estresse por calor e frio, duração do sol e nebulosidade. Bem como incêndios florestais e geleiras.

Destaques climáticos de 2024

O Copernicus destacou inundações generalizadas, calor extremo e seca na Europa Oriental. “A Europa é o continente que mais aquece, e os impactos das mudanças climáticas são evidentes”, pontua. Ainda pontuou que em 2024 o continente passou por frequentes tempestades, algumas delas severas, e que o cenário climático ceifou pelo menos 335 vidas e afetou cerca de 413 mil pessoas. 

“Ao longo do ano, houve um contraste marcante entre leste e oeste nas condições climáticas, com condições extremamente secas e, muitas vezes, recordes de calor no leste, e condições quentes, porém úmidas, no oeste”, nota.

Um dos maiores destaques climáticos da Europa no ano passado, a tempestade Boris causou eventos extremos na Europa Central e Oriental em setembro, o que significa que afetou cidades de Áustria, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Alemanha, Romênia e Itália. Ao menos quinze pessoas morreram por causa dela.

Outro destaque, a enchente de Valência e regiões vizinhas, na Espanha, deixou ao menos 92 mortos e um cenário de destruição na cidade. Valência sofreu com chuvas torrenciais no dia 29 de outubro por causa de uma frente fria e terminou o ano com uma das piores enchentes da Espanha em décadas.

Onda de calor

O relatório destaca que “30% da rede fluvial europeia ultrapassou o limite de inundação “alta” durante o ano, enquanto 12% ultrapassou o limite de inundação “grave “”. O cenário contou ainda com ondas de calor, com a maior registrada no sudeste da Europa em julho.

A onda de calor durou 13 dias consecutivos e afetou 55% do sudeste europeu. O continente viveu o recorde de 66 dias com estresse térmico intenso e de 23 dias com noites tropicais no verão. O documento traz uma tendência para o continente no caso de persistência de inundações, calor extremo e seca.

“A Europa é uma das regiões com o maior aumento projetado no risco de inundações, e um aquecimento global de 1,5 °C poderia resultar em 30 mil mortes anuais na Europa devido ao calor extremo”, finaliza o Copernicus.

*Com informações do Copernicus

*Este conteúdo segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação Global Contra a Mudanças Climática.

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