O programa Tom Maior abriu espaço na última semana para a música independente goiana, recebendo os artistas Karl Araújo e Pedro Constantino. A dupla falou sobre suas trajetórias, o início da parceria e a potência da produção musical em Goiás.

Ao contar sobre sua trajetória, Karl revelou o caminho não-linear até a arte: “Começo a cantar na igreja e eu tenho uma função ali espiritual para cantar. Em algum momento, me afasto da igreja e não tinha mais motivo para cantar, então eu não me entendi enquanto cantor”. Foi a partir do encontro com Pedro que ele reencontrou esse lugar: “Eu comecei a me entender enquanto cantor, depois enquanto intérprete, depois enquanto compositor”.

Pedro também compartilhou suas raízes musicais: “Minha família é bastante musical, então vem daí. Agora, começar a compor e a produzir, a dirigir foi anos depois. E também é uma constante construção”.

O encontro entre os dois aconteceu por acaso, durante a universidade. Karl lembra: “Meus colegas me insistiam muito: ‘você precisa cantar’. Me chamaram para abrir uma exposição. Convidei uma amiga para tocar, ela não pôde e colocou o Pedro no lugar. A gente ensaiou, foi bonito, mas a apresentação não rolou”.

Ainda assim, o impulso criativo veio logo depois. “Uma semana depois o Pedro já me aparece com uma data para a gente fazer um show”, contou. “Foi muito impactante. A gente se dedicou mesmo. E acho que a gente nunca perdeu isso”.

Na sequência, Karl e Pedro apresentaram a música autoral Curva, marcada por lirismo e maturidade musical. “Essa música, a composição é minha. Ela me chega como um raio, assim. Ela apareceu inteira”, disse Karl. Pedro foi responsável pelo arranjo e pela direção musical do lançamento. “Precisava formalizar isso, deixar lançável. Regravar isso de um jeito que ficasse bom para lançar. Chamei os ex-membros da nossa banda para ajudar”, explicou.

A canção foi criada durante a pandemia, quando os dois integravam a banda Adiadorim, e exigiu criatividade diante das limitações do distanciamento. “Tentamos produzir online, cada um na sua casa. Foi um grande caos, mas também um grande aprendizado”, contou Karl.

Por fim, os artistas refletiram sobre o cenário musical em Goiás, exaltando a diversidade e o talento local. “Sou um grande fã das pessoas que encontrei aqui no caminho goiano”, disse Karl. Ele destacou o movimento Oclã como um polo criativo: “É literalmente um formigueiro de gente muito boa. Tem a Conceição, a Flávia Carolina, o Kleuber, a Nina Soldeira. É muito bonito estar inserido nesse lugar”.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 08 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico

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