A Universidade Federal de Goiás (UFG) será representada na maior competição de robótica do mundo, a RoboCup, que acontece este ano em Salvador (BA). A equipe goiana, conhecida como Pequi Mecânico, é formada exclusivamente por estudantes de diversos cursos da instituição e está entre os selecionados para apresentar projetos inovadores em quatro diferentes categorias.
“É um orgulho enorme para nós representarmos o estado de Goiás em um evento de proporção mundial”, afirmou Victor Matteus, integrante da equipe. “Vamos competir nas ligas de robôs domésticos, drones, humanoides que jogam futebol e simulações em 3D. É a consolidação de um trabalho construído por alunos para alunos.”
Criado em 2011, o Pequi Mecânico nasceu após a participação de estudantes da UFG em uma competição de robótica em Uberlândia. Desde então, o grupo cresceu, ganhou reconhecimento e passou a agregar alunos de cursos como Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Ciência da Computação e Inteligência Artificial.
“Como temos robôs com diferentes aplicações, precisamos unir diferentes áreas do conhecimento. Isso gera uma troca riquíssima entre os alunos e permite que a gente aplique na prática tudo o que aprendemos em sala de aula”, explicou Victor.
O professor Marco Antônio, que acompanha o grupo, ressaltou a importância de iniciativas como essa para o desenvolvimento de habilidades além da técnica. “O mais interessante é que esse núcleo foi criado e é administrado pelos próprios alunos. Isso incentiva não apenas o aprendizado técnico, mas também a organização, o planejamento e a resiliência — já que nem sempre o robô funciona como o esperado”, destacou.
A RoboCup é um evento que reúne universidades de todo o mundo, promovendo a aplicação prática de tecnologias como inteligência artificial, robótica autônoma e sistemas ciberfísicos. O campeonato inclui desafios que vão desde tarefas domésticas até jogos de futebol entre robôs humanoides. “Você tem ali um palco onde todas essas ideias e pesquisas ganham forma, saem do papel”, afirmou Victor.
Apesar da conquista, a equipe ainda busca apoio financeiro para custear as taxas de inscrição e a logística para a participação no evento. “Como é um campeonato internacional, tudo é cotado em dólar, o que dificulta ainda mais. Estamos fazendo vaquinhas, buscando patrocínio e divulgando nosso trabalho para atrair ajuda”, disse o estudante.
Quem quiser colaborar com a ida da equipe à RoboCup pode encontrar informações no Instagram e no site oficial do Pequi Mecânico. “A divulgação é fundamental. Às vezes, quem vê nosso trabalho pode não doar dinheiro, mas pode conhecer alguém que consiga nos ajudar com equipamentos ou apoio logístico”, completou Vitor.
O professor Marco Antônio reforça que eventos como a RoboCup aproximam o futuro da robótica do presente. “Parece que estamos falando de um futuro distante, mas ele está cada vez mais próximo. E campeonatos como esse aceleram esse processo, mostrando o que é possível e promovendo trocas que enriquecem ainda mais o desenvolvimento tecnológico.”
Com a viagem marcada e a esperança de apoio, os estudantes seguem trabalhando intensamente. “Somos uma organização de alunos, ainda sem muitos contatos ou recursos. Mas com muita vontade de mostrar que a ciência brasileira tem força e talento para disputar de igual para igual com grandes universidades do mundo”, concluiu Victor.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade
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