A cidade se prepara para o Natal e o fato é que a Prefeitura de Goiânia pretende gastar quase R$ 2 milhões com a decoração. É o que consta no Projeto de Iluminação Decorativa Natalina da Comurg, órgão municipal responsável por preparar Goiânia para a festa de Natal, e que pode ser conferido no endereço http://www.goiania.go.gov.br/download/licitacao/pregaopresencial/pp130039_projeto.pdf.

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O gasto com energia elétrica será de 175.679,20 kwh, segundo o projeto. Ou seja, considerando que a iluminação ficará acesa por cerca de 12 horas por dia durante todo o mês de dezembro, é provável que o consumo com energia elétrica chegue a 630 mil kWh.

O que se discute aqui não é o gasto com a decoração de Natal, que toda a população aprova. Ainda mais que este ano, a Comurg levou os enfeites a todas cindo regiões da capital. Mas se esse seria o gasto prioritário. É fato normal a administração pública decidir sozinha onde aplicar os recursos públicos: se na saúde, educação ou estrutura. O que esse artigo propõe é discutir se essa decisão monocrática é legítima, uma vez que a prefeitura deve realizar as vontades dos moradores da cidade.

Há alguns anos atrás, o ex-prefeito Pedro Wilson, seguindo uma tradição iniciada pelos administradores petistas, inaugurou em Goiânia o Orçamento Participativo. O procedimento permitia a população opinar sobre onde aplicar os recursos públicos. O programa não deu certo aqui nem nas demais cidades brasileiras administradas pelo PT e o partido abandonou a ideia de consultar a população sobre seus investimentos.

Mas dada a situação da cidade, que carece de tantas coisas, asfalto na periferia, melhoria na saúde e na educação, investimentos em segurança pública por meio de iluminação, no transporte coletivo, que impõe tanto constrangimento ao usuário, não seria mais justo perguntar para o cidadão onde ele prefere aplicar o dinheiro público, se em decoração ou em outras áreas? Afinal, o Natal dura uma semana e as dificuldades cotidianas no cidadão persistem o ano inteiro.