Às vésperas de um jogo importantíssimo para o Tigrão pelo Brasileirão da Série B, no Serra Dourada, o experiente zagueiro Álvaro compareceu aos estúdios da Rádio 730 para comentar o atual momento do Vila Nova e a sua conturbada volta ao clube. Desde que estreou, o zagueiro não vem tendo paz com a torcida e se tornou o principal alvo de críticas, sendo, inclusive, vaiado durante as partidas.
Esse foi um dos temas debatidos pelo jogador na mesa do programa Debates Esportivos, comandado por Hugo Sérgio e com comentários do Dr. Leds Gonçalves, do Charlie Pereira e do Marcelo Borges. Confira as principais declarações do atleta para nossas Feras da 730:
Dr. Leds Gonçalves – Você acredita que as críticas em cima das suas últimas atuações e do time do Vila estão sendo muito duras?
“Acho que não. A verdade é que a cobrança tem mesmo que existir, seja por parte da imprensa ou do torcedor. Mas nós temos que analisar a atual conjuntura, que a equipe ainda está em formação, em busca de uma identidade. Se tudo estivesse uma bagunça, cada um correndo para um lado aí poderíamos falar em algo do tipo. O que está acontecendo hoje é uma pressão em cima do que o Vila Nova vem vivendo nos últimos tempos e isso eu não acho justo”.
“E no meu caso, eu treino mais que menino de 20 anos. Tenho me esforçado muito, todos os jogadores do grupo estão de prova. Assim como o resto do time, tenho que ser cobrado pelo o que estou fazendo, até porque meu currículo é indiscutível, sou campeão de tudo e joguei em muitos lugares. Não vim para o clube passear, vim para ajudar o elenco, comandar o vestiário como líder e capitão, é isso que vou fazer aqui”.
Charlie Pereira – Até que ponto essas vaias que vêm acontecendo atrapalham o trabalho dos atletas?
“Na verdade eu não me importo. Bom que essas críticas se concentraram em mim, com 36 anos, 19 de carreira, 500 jogos pelo Campeonato Espanhol, campeão da Supercopa, da Copa do Rei. Campeão brasileiro, três Campeonatos Paulistas conquistados, campeão goiano, gaúcho, da Copa Sulamericana. Ótimo que o foco está em mim, um jogador experiente, acostumado com isso. No meu desempenho não reflete em nada, porque é lógico que nós ouvimos, ficamos chateados, mas absorvo tudo isso e bola para frente”.
Marcelo Borges – Acompanhando seus últimos jogos, infelizmente acho que você não rendeu o que pode. O que está faltando para você se acertar logo nesse time?
“Não sei, a gente vem trabalhando muito forte para que isso aconteça. Se formos analisar os três jogos, houveram derrotas, e isso aponta falhas, erros. Quando se ganha, isso tudo é encoberto. Nesse momento de grande exposição as coisas complicam, aumenta muito a pressão. Dentro do vestiário, estamos tentando trazer a calma necessária para que o trabalho flua. Temos um elenco que pode ser cobrado, competitivo, e que se pegar confiança, pode fazer um campeonato interessante”.
Charlie Pereira – Como fica a concentração e o foco do time com todas essas críticas externas?
“Internamente nós procuramos não ligar muito para o que se fala, até porque precisamos trabalhar mais e ficar nos preocupando menos, assim, os resultados mudarão. A nossa principal linha de raciocínio é ter tranquilidade e calma para desenvolver o projeto e, acima de tudo, auxiliar os jovens que estão a se despontarem e aparecer para o futebol. O Vila é um clube revelador e temos que ter essa preocupação, de ajudar esses garotos e essa é uma das prioridades do elenco e de todo o restante do clube”.