Dizer que o clima no Vila Nova não é dos melhores é chover no molhado, mas a relação entre elenco e diretoria parece estar por um fio. E mesmo assim, os jogadores parecem não arredar o pé do clube. Um deles é o meia Nenê Bonilha, um dos que mais jogaram com a camisa colorada, e que demonstra um carinho muito grande com o clube, mas não compartilha o mesmo sentimento para os dirigentes.

Emprestado pelo Corinthians, Nenê Bonilha não sofre tanto como alguns companheiros, já que recebe parte do salário do time paulista, mas mostra solidariedade e também se irrita, já que outra parte do salario não é recebida a mais de três meses. O meia relata que a situação é muito delicada, mas garante que não vai pedir a rescisão de contrato imediata por consideração ao Vila, à torcida e aos companheiros.

“É difícil falar de imediato, primeiro porque a gente já esperou até agora e ficar mais cinco jogos não vai mudar muita coisa. Eu estou aqui mais pela instituição, não é pela diretoria. É também pelos meus companheiros, pela comissão, pela torcida também, que mesmo na dificuldade que estamos passando, eles ainda vão ao estádio e acreditam, então é mais por isso. Salário faz falta no fim do mês, não tem jeito, mas se hoje eu estou aqui, não é pela diretoria não”

Por isso, Nenê Bonilha está confirmado no time para a partida deste sábado, às 21h, contra o Paraná Clube, no Serra Dourada, e quer impedir que o rebaixamento eminente se confirme matematicamente. O jogador sabe que é impossível entrar em campo e esquecer a situação atual, mas garante que está em jogo também o nome de cada atleta, e por isso, é preciso dar o máximo.

“Fazer um campeonato diferente eu acho difícil, porque já está no final, mas é como eu falo: temos que jogar por dignidade agora. Se caiu ou não caiu, eu não sei, porque pra mim é passo a passo, jogo a jogo, e a cada partida eu vou dar o meu melhor, independente do resultado, eu quero sair de campo sabendo que dei o meu melhor”